Meus queridos professores...que falta vão fazer!!!
José Renato Pécora, ou Zé Renato, nascido em 1926, foi professor de direção teatral na então Escola de Teatro da Federação das Escolas Isoladas do Estado da Guanabara (FEFIEG), mais tarde FEFIERJ, atividade que exerceu de 1970 a 1996, ao se aposentar. Fundador e idealizador do Teatro de Arena, em 1953, esteve à frente do grupo em seu período mais efervescente, dirigindo montagens marcantes como “Eles não usam Black-Tie”, texto de Gianfrancesco Guarnieri (1958); “Chapetuba Futebol Clube, de Oduvaldo Vianna Filho (1959); “Revolução na América do Sul”, de Augusto Boal (1960); e “Os Fuzis da Sra. Carrar”, de Bertolt Brecht (1962). Após cumprir estágio na França junto ao Théâtre National Populaire (TNP), Zé Renato é contratado para dirigir o Teatro Nacional de Comédia (TNC), estreando “Boca de Ouro”, de Nelson Rodrigues, em 1962, cuja direção lhe rende o Prêmio da Associação de Críticos do Rio de Janeiro. No mesmo conjunto, dirige “O Pagador de Promessas”, de Dias Gomes, em 1963. Em 1964, inaugura o Teatro Ruth Escobar, com “A Ópera dos Três Vinténs”, de Bertolt Brecht. Em 1979, com o TNC já extinto, encena “Rasga Coração”, obra de Oduvaldo Vianna Filho, um de seus maiores sucessos de crítica e público, num momento marcado pelo teatro de resistência. Como autor, realizou obras como “Plantas Rasteiras”, prêmio de melhor autor da Academia Paulista de Letras; “Ternura”, encenada na TV Record, em São Paulo; e “Um Edifício Chamado 200”, com Paulo Pontes e Milton Moraes. José Renato, depois de mais de meia década sem participar de produções como ator, estava em cartaz há sete meses com o espetáculo “12 Homens e uma Sentença”, no Teatro Imprensa, em São Paulo, no qual interpretava o jurado número nove. Zé Renato morreu na madrugada da última segunda-feira, dia 2 de maio de 2011.
Luiz Leôncio Jusi, ou Léo Jusi, nasceu em 1930, na cidade de Curitiba (PR) e foi professor de direção e de prática de montagem na Escola de Teatro da UNIRIO. Transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde estudou escultura com Bruno Giorgio, pintura com Almir Mavignier, e teatro, no Curso Prático de Teatro do Serviço Nacional de Teatro (SNT), entre 1949 e 1952. Em 1951, entrou para a companhia do ator Procópio Ferreira, interpretando pequenos papéis. Dois anos depois, com Augusto Boal, Abdias do Nascimento e Nelson Rodrigues, lança o manifesto "Companhia Suicida do Teatro Brasileiro", em favor do incentivo à dramaturgia nacional. Nessa mesma época, com o autor Gláucio Gil, teve sua primeira experiência como diretor, ao encenar "A Mulher de Todos Nós", de Pedro Bloch. Em 1954, firmou-se como diretor ao assinar a segunda versão de "Vestido de Noiva", de Nelson Rodrigues, que contou com cenários de Thomaz Santa Rosa. No ano seguinte, assume a função de supervisor cênico do Teatro Duse e passa a ter grande sucesso com a montagens de textos nacionais, como "Orfeu da Conceição" (1956), de Vinícius de Moraes, com músicas de Tom Jobim; "Perdoa-me por Me Traíres" (1957), de Nelson Rodrigues, que ficou marcado na história do teatro brasileiro como o único espetáculo em que Nelson Rodrigues aparece como ator. Foi sócio de Gláucio Gil e do produtor Hélio Bloch na fundação do Teatro Santa Rosa, em Ipanema (RJ), em 1961, nome dado em homenagem ao artista plástico Thomaz Santa Rosa. No espaço, montam produções como "Procura-se uma rosa", de autoria de Vinícius de Moraes, Pedro Bloch e Glaucio Gil; "Toda Donzela Tem Um Pai que é Uma Fera" e "O Bem Amado", peças em que Glaucio Gil também trabalha como ator. Em 1970, Leo Jusi participa ativamente da fundação da Associação Carioca de Empresários Teatrais (ACET). Jusi permanece como diretor artístico do Teatro Santa Rosa até 1976, quando a casa é fechada. Com o fechamento do teatro, dedica-se à carreira acadêmica, formando uma geração de novos atores e diretores teatrais como professor da UNIRIO. Leo Jusi morreu no dia 29 de abril de 2011.
http://oglobo.globo.com/cultura/morre-aos-85-anos-ator-diretor-jose-renato-fundador-do-teatro-de-arena-2776042
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