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sábado, 5 de abril de 2014

O ator, diretor e crítico de cinema José Wilker morreu neste sábado, aos 66 anos.



Ele, com certeza, fica como um marco na história (construção) do cinema, teatro e teledramaturgia no Brasil e para o mundo! 

O ator, diretor e crítico de cinema José Wilker morreu neste sábado, aos 66 anos. De acordo com as primeiras notícias, ele teve um infarto em casa, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
Biografia: 

José Wilker (Juazeiro do Norte CE 1945). Ator, diretor e autor. Conhecido, nos anos 1970, como ator de espetáculos de vanguarda, José Wilker atua em alguns dos principais grupos de teatro do país. Seu estilo teatralista de criação e composição físicas se mantém desde 1969, em O Arquiteto e o Imperador da Assíria, no Teatro Ipanema, até 1985, em Assim É...(Se Lhe Parece), no Teatro dos Quatro.
José Wilker começa a fazer teatro político e engajado em Recife, no início dos anos 1960, junto ao Movimento de Cultura Popular (MCP), que trabalha para a conscientização política da classe operária por meio da alfabetização e da cultura popular, na linha de Miguel Arraes. Depois do golpe militar, em 1964, pressionado pela repressão que coloca o MCP na ilegalidade, Wilker parte para o Rio de Janeiro.
Com Luiz Mendonça, diretor de teatro do MCP, Isabel RibeiroCamilla Amado e Carlos Vereza, funda o Grupo Chegança, no qual atua durante quatro anos em montagens comoMorte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto e A Excelência.
Em 1965, estreia em Chão dos Penitentes, de Francisco Pereira da Silva, com produção doTeatro Jovem. Em 1967, trabalha ao lado de Marília Pêra e Dulcina de Moraes em A Ópera dos Três Vinténs, de Bertolt Brecht, direção de José Renato. Ingressa na Faculdade de Sociologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ). No Grupo Opinião, atua em Antígone, de Sófocles, sendo dirigido por João das Neves, em 1968. No mesmo ano, ganha um prêmio do Seminário de Dramaturgia, montando, em seguida, seu primeiro texto, O Trágico Acidente que Destronou Teresa.
José Wilker com Rubens Correia em O Arquiteto e o Imperador da Assíria, peça de grande sucesso escrita por Fernando Arrabal, direção de Ivan de Albuquerque
Participa, a partir de então, dos espetáculos mais importantes do Teatro Ipanema, centro de produções teatrais de Ivan de Albuquerque e Rubens Corrêa: em 1969, faz uma substituição em O Assalto, espetáculo que revela o autor José Vicente; no ano seguinte, atua em O Arquiteto e o Imperador da Assíria, de Fernando Arrabal, que lhe vale o Prêmio Molière de melhor ator. Está em Hoje É Dia de Rock, também de José Vicente, em 1971, espetáculo ícone da década de 1970.
José Wilker com Tereza Rachel  
Participa da montagem brasileira de A Mãe, em 1971, dirigida pelo francês Claude Régy, numa produção da Companhia de Tereza Raquel. Volta ao Ipanema como ator e autor em A China é Azul, de 1972. Atua também em Ensaio Selvagem, mais uma peça de José Vicente, 1974. Em 1976, ganha os prêmios Molière e Governador do Estado de melhor ator em Os Filhos de Kennedy, de Robert Patrick, com direção de Sergio Britto.
A partir de então, afasta-se dos palcos por nove anos. Torna-se importante ator de TV, destacando-se em novelas da Globo, tais como: Anjo MauGabrielaSalvador da Pátria,Roque Santeiro. No cinema, projeta-se pelos desempenhos em Dona Flor e seus Dois Maridos, de Bruno Barreto, 1976; Bye, Bye Brasil, de Cacá Diegues, 1979, e O Homem da Capa Preta, de Sérgio Rezende, 1986.
José Wilker na peça A China é Azul 
No início dos anos 1980, assume a direção da Escola de Teatro Martins Pena, tendo como colaboradores, entre outros, Aderbal Freire-Filho e Alcione Araújo. Retorna para o palco em 1985, com a equipe do Teatro dos Quatro, onde a interpretação do Sr. Ponza, em Assim É...(Se lhe Parece), de Luigi Pirandello, sob a direção de Paulo Betti, que lhe vale seu terceiro Prêmio Molière de melhor ator.
Passa a atuar como diretor de teatro em importantes produções como Sábado, Domingo e Segunda, de Eduardo De Filippo, em 1986; Perversidade Sexual em Chicago, de David Mamet, em 1989; A Morte e a Donzela, de Ariel Dorfman, 1993; Querida Mamãe, de Maria Adelaide Amaral, em 1994.
Cinéfilo inveterado, nos anos 1990 abandona os palcos para dedicar-se à sua carreira cinematográfica; produz e atua no filme Guerra de Canudos, de Sérgio Rezende, e torna-se também crítico de cinema na TV Cultura. Com regularidade escreve  crônicas sobre o assunto para o Jornal do Brasil e publica uma coletânia desta produção em 1996, no livroComo Deixar um Relógio Emocionado.
Wilker marcava presença no teatro, no cinema e na televisão, sendo requisitado como protagonista em todas estas áreas, revelando ser um dos principais atores da sua geração. Bye Bye Wilker! 

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