Uma
técnica conhecida como “ranking light”, muito utilizada por estudiosos de arte
para observar detalhes de pinturas e esculturas nos seus mínimos detalhes,
também é capaz de revelar cores em peças que sofreram uma descoloração natural
por conta da ação do tempo.
Foi por meio dessa técnica, que conta com apoio de luzes ultravioletas, que pesquisadores de arte constataram, recentemente, que as estátuas gregas antigas nem sempre foram brancas ou acinzentadas como se acreditava, mas pintadas com cores variadas e, em muitos casos, bem berrantes.
Para estudar as peças utilizando a técnica, os pesquisadores analisam cada
detalhe da obra com a ajuda de lâmpadas ultravioletas de modo que o caminho da
luz seja quase paralelo à superfície do objeto. Em pinturas, a técnica torna
visíveis as pinceladas, assim como sujeiras e imperfeições. Já em estátuas, o
efeito é mais sutil. A luz ultravioleta pode distinguir padrões de
envelhecimento da superfície – e de suas cores originais. Ao longo do tempo, as
tintas usadas pelo artista geram diferentes compostos orgânicos, que são
evidenciados de formas diferentes pela luz.
Os pesquisadores conseguem descobrir a presença de diferentes pigmentos de cor
em partes da estátua por meio dos padrões que se tornam visíveis. Superfícies
que eram aparentemente uniformes revelam diferentes padrões de marcas, o que
revela o uso de compostos diferentes (diferentes tintas) em sua composição. Alguns
dos compostos orgânicos reagem à incidência da luz ficando, do mesmo modo,
fluorescentes. Assim, os pesquisadores podem tentar descobrir que cor havia
sido usada na criação da peça – ou da estátua, no caso do estudo.
A reconstituição visual das peças não é um trabalho fácil. A ação do tempo e do
clima, durante milhares de anos, pode modificar bastante o aspecto de uma
estátua. Para chegar o mais perto possível do original, os pesquisadores
utilizam outro caminho. As cores originais podem esmaecer com o tempo, mas os
materiais originais – pigmentos derivados de animais e plantas, pedras
quebradas ou conchas – ainda têm a mesma aparência. Isso também pode ser visto
pela técnica das luzes.
Utilizando
infravermelho e espectroscopia de raios-X, os pesquisadores podem entender do
que são feitas as tintas e, assim, descobrir qual era sua aparência original. A
espectroscopia se baseia no fato de que os átomos são exigentes no que diz
respeito ao tipo de energia que vão absorver. Certos materiais emitem uma
grande variedade de larguras de onda, como unidades de reconhecimento militar
em um território estranho. Inevitavelmente, algumas dessas unidades não voltam.
Ao
verificar quais larguras de onda são absorvidas, os cientistas podem determinar
de que materiais a substância é feita. O infravermelho ajuda a determinar os
compostos orgânicos, já os raios-X só param quando encontram algo realmente
pesado, como pedras ou minerais. Com isso, os pesquisadores podem determinar de
que cor uma estátua milenar foi pintada. E a constatação, no caso das estátuas
gregas antigas, é de que as cores são sempre berrantes.
Além de descobrir a cor original de peças com milhares de anos de idade, os pesquisadores utilizam a técnica pra saber se alguma obra de arte também passou por algum novo processo de pintura ou de recuperação – uma vez que os diferentes compostos se acumulam na superfície da peça ao longo do tempo.
Além de descobrir a cor original de peças com milhares de anos de idade, os pesquisadores utilizam a técnica pra saber se alguma obra de arte também passou por algum novo processo de pintura ou de recuperação – uma vez que os diferentes compostos se acumulam na superfície da peça ao longo do tempo.
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