Augusto Omolú |
Um dos brasileiros
mais ilustres na área das artes cênicas de todos os tempos. O baiano Augusto Omolú partiu neste domingo, por circunstâncias violentas, deixando perplexos
todos que conheceram seu
trabalho e sua humanidade. Um vazio que jamais será preenchido.
Em todo o mundo,
Augusto disseminou suas pesquisas sobre a energia dos orixás e sobre as danças
fundadas no candomblé como contribuição para a realização cênica. Formado
bailarino clássico e contemporâneo, foi nas forças naturais evocadas pelos
deuses africanos e aprendidas desde a infância que Augusto encontrou uma fonte
inesgotável de inspiração. Projetou o que é nosso para o mundo e ensinou – ao
mundo - que não há barreiras culturais quando se trata da expressão humana na arte.
“Porque os orixás representam elementos da natureza, e ela é universal. Não está só na Bahia, na África: está no mundo. Quando falamos dos orixás, falamos do tempo, das folhas, da água, do ar, do fogo... Isso está em todo lugar”, explicou em recente entrevista ao jornalista Valmir Santos.
Fica nosso lamento silente e nosso agradecimento a um mestre que dança, agora, a coreografia da natureza, o movimento dos elementos essenciais no imenso coração de Olorum.
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O ator, bailarino e coreógrafo
Augusto José da Purificação, conhecido como Augusto Omolú, de 50 anos, foi
encontrado morto na manhã de hoje, dia 2 de junho, no imóvel em que morava, uma chácara na
Praia de Buraquinho, em Lauro de Freitas (BA), região metropolitana de Salvador.
Segundo a polícia, Omolu foi assassinado com golpes de faca. O autor do crime
ainda não foi identificado.
O corpo da vítima foi encontrado por
um funcionário do imóvel por volta das 8 horas, com várias perfurações. Havia
sinais de luta dentro da casa. Segundo informações preliminares colhidas pelos
agentes da 23ª Delegacia, onde o caso é investigado, o coreógrafo foi visto, na
noite de sábado, em um bar do bairro de Portão, no mesmo município. Teria saído
do estabelecimento sozinho.
O assassinato causou revolta na
classe artística baiana. Foi marcada uma manifestação para a manhã de amanhã,
na frente da Escola de Dança da Funceb, no Pelourinho. "É uma perda para a
dança, para a cultura da negritude, para a Bahia e o Brasil", relatou o
presidente do Olodum, João Jorge Rodrigues, em sua página no Twitter. A polícia
trabalha com a hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte), mas não
descarta outras motivações para o crime.
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Omolú era um dos mais respeitados
bailarinos e coreógrafos da Bahia. Foi um dos fundadores da Escola de Dança da
Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), e autor da primeira coreografia do
Balé Folclórico da Bahia, Dança de Origem, em 1988. Ministrava aulas e
palestras em todo o mundo e era professor e assistente de direção do Balé do
Teatro Castro Alves (TCA), em Salvador. Diretor artístico e coreógrafo do grupo
anfitrião do Carnaval de Nice (França), em 1991, com Gilberto Gil e colaborador do Odin Teatret Nordisk Teaterlaboratorium e da ISTA
(International School of Theatre Anthropology).
ASSISTAM TAMBÉM ESSE VÍDEO: http://www.youtube.com/watch?v=soS2XnhTnUg
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