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domingo, 21 de junho de 2015

FESTIVAL DE ARTE EM BERLIM EXIBIRÁ OS REGISTROS DE DUAS PERFORMANCES CRIADAS COMO RESPOSTA AO CONTEXTO DE MANIFESTAÇÕES POPULARES NO BRASIL




PRESS RELEASE - BRAZIL EXPOSED

FESTIVAL DE ARTE EM BERLIM EXIBIRÁ OS REGISTROS DE DUAS PERFORMANCES CRIADAS COMO RESPOSTA AO CONTEXTO DE MANIFESTAÇÕES POPULARES NO BRASIL

"Brazil Exposed" reúne os registros das performances "Sem título ou
E as pessoas na sala de jantar" e "Catracacatraca", que tiveram grande repercussão nas redes sociais e expõe a complexidade do quadro político-social brasileiro

 
 Fernanda Vizeu & Ariane Hime


A instalação “Brazil Exposed", selecionada para a mostra principal do festival de arte 48 Stunden Neukölln, importante festival de arte em Berlim, neste ano com o tema S.O.S. – Art Saves the World (SOS – A Arte Salva o Mundo), vai exibir a primeira apresentação oficial dos registros (fotos, vídeos e textos) de duas performances polêmicas criadas no Rio de Janeiro em 2013 e 2014. As performances são respostas ao contexto de protestos populares em grande escala que têm tomado o Brasil desde junho de 2013. A exposição acontecerá no shopping Neukölln Arcaden, durante os dias 26, 27 e 28 de junho de 2015.

"Sem título ou E as pessoas na sala de jantar" (por Ariane Hime e Fernanda Vizeu) e "Catracacatraca" (por Fernanda Vizeu e Peter Boos) foram organizadas como instalação por Fernanda (26, brasileira) e Peter (29, brasileiro-alemão), um casal de artistas que reside e desenvolve trabalho em Berlim desde agosto de 2014. A instalação discute a complexidade da sociedade brasileira (mas não só) e seus dilemas, mostrando trabalhos artísticos que ganharam rápida repercussão nas redes sociais, com reações bem diferentes entre os internautas.

SOBRE AS PERFORMANCES

Em junho de 2013 o Brasil foi tomado por uma série de manifestações populares de grandes proporções que levou centenas de milhares de pessoas às ruas em várias cidades do país, exigindo melhorias no sistema de vários serviços públicos e questionando principalmente os grandes níveis de corrupção nas esferas de poder. As manifestações se mostraram um momento diferenciado na história do país, em que se pôde não só revisar o conceito geral de passividade do cidadão brasileiro, mas também revelar o despreparo dos agentes de poder – nas esferas públicas e privadas – ao lidarem com questões populares.

A força repressora do Estado como resposta do poder constituído, através do excesso de violência da polícia contra manifestantes, se tornou um agravante para o questionamento do sistema de representatividade pública no país e para um melhor entendimento do papel que exerce a mídia tradicional dos grandes meios de comunicação na cultura de uma sociedade que tem a televisão (especialmente um canal televisivo) como grande gerador de informação e entretenimento. Quem frequentou as manifestações tinha a impressão de que muitas realidades narradas pelos telejornais não condiziam com o que acontecia nas ruas, o que desempenhou um papel negativo de desinformação e de revolta entre setores da sociedade, com polarização contra e a favor de tais manifestações.

Até então estudantes da Escola Estadual de Teatro Martins Pena, as artistas Ariane Hime (protagonista em Salina, A Última Vértebra) e Fernanda Vizeu decidiram realizar a performance em questão como resposta artística a todos os questionamentos que se colocaram em momento tão complexo da história recente brasileira. No dia 15 de outubro de 2013, durante manifesto em apoio aos professores da rede de ensino municipal da cidade do Rio de Janeiro, as artistas fizeram ato em que permaneciam sentadas jantando defronte à televisão, parecendo alheias à realidade em sua volta. Mesmo em desdobramento violento com truculência da polícia contra manifestantes (balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e até armas de fogo), as artistas se muniram com máscaras de gás e se mantiveram em resistência. O clique do fotógrafo Byron Prujansky, que resignificou a performance lhe atribuindo o título “E as pessoas na sala de jantar”, em referência à música de Os Mutantes, se difundiu rapidamente pelas redes sociais, obtendo grande número de visualizações e gerando interesse inclusive do maior grupo de mídia do país, que fez matéria jornalística da performance através do jornal Extra.

Outros registros pós performance revelaram que quando as duas já tinham fugido das bombas de gás e deixaram os objetos da performance – que virou interferência – para trás, outros manifestantes assumiram o lugar delas e mantiveram vivo o seu discurso. A foto de Byron Prujansky, que fará parte da exposição em Berlim, alcançou em 48 horas 1.878 compartilhamentos a partir de sua postagem original no Facebook. A performance foi então nomeada pelas autoras como “Sem Título ou E as pessoas na sala de jantar”, em referência ao título dado pelo fotógrafo.

Os protestos no país começaram, no entanto, após o anúncio de um aumento ilegal de preços do sistema de transporte público em várias cidades do Brasil. Devido à forte repressão policial e à uma campanha de mídia que apresentou o movimento como criminoso, tais manifestações perderam força, o valor do transporte sofreu aumento e criou-se um clima de insatisfação popular. Diante desse panorama, “Catracacatraca” questiona o que aconteceria se alguém decidisse não pagar a passagem de ônibus no Rio de Janeiro.

Ao manter a câmera na mão, a artista Fernanda Vizeu se recusa a pagar o valor de R$ 3, pulando a catraca e publicando o registro em vídeo na internet. O vídeo, que mostra a discussão gerada dentro do ônibus, inclusive com o acionamento da polícia, ganhou rápida repercussão e recebeu uma enxurrada de comentários contra e a favor do ato, já que esbarra em questões polêmicas pois tensiona os limites do que é considerado legal ou ilegal ou ainda legítimo ou ilegítimo, principalmente em um país que tem a corrupção em todas as esferas sociais como uma de suas grandes mazelas. A discussão gerada traz à tona questões sociais, raciais, políticas, econômicas, legais e morais, vividas diariamente pelo cidadão, além de questionar o que é arte e qual a sua função, já que a performance foi vista pela maioria como apenas mais um protesto político e obteve reações violentas de internautas, que chegaram até mesmo a incitar o espancamento da performer.

A performance foi também amplamente difundida em mídia social e alternativa — o vídeo postado no Youtube atingiu 15.000 visualizações em três dias.

SOBRE OS AUTORES

Peter Boos nasceu em Vila Velha, Espírito Santo (Brasil). Durante 12 anos desenvolveu no Rio de Janeiro atividade artística profissional como ator, coordenador cultural, designer gráfico, produtor, entre outros. Em 2012, na Alfândega 88, companhia de teatro dirigida pelo renomado diretor brasileiro Moacir Chaves (com quem Peter manteve uma parceria contínua de trabalho como ator entre 2006 e 2013), Peter foi co-criador e membro do projeto de reabertura e ocupação do Teatro Serrador, teatro histórico no centro do Rio de Janeiro. O projeto recebeu o Prêmio Shell 2012, na Categoria Especial. Seu último trabalho mais importante foi o aclamado pela crítica e mais recente sucesso teatral no Brasil "Elis, A Musical", espetáculo produzido pela Aventura Entretenimento com o texto de Nelson Motta e Patrícia Andrade sob a direção do respeitado diretor Dennis Carvalho que contava a vida da maior cantora brasileira, Elis. Além de outros personagens, Peter Boos interpretava o cartunista Henfil, famoso por sua luta contra a ditadura militar no Brasil.

Fernanda Vizeu nasceu em Curitiba (Brasil), em 1989, mas cresceu no Chile e viveu mais tarde nos EUA e na Alemanha. Com 21 se mudou para o Rio de Janeiro para dar seguimento aos estudos acadêmicos e em 2013 formou-se em Artes Cênicas pela Escola Técnica Estadual de Teatro Martins Pena, primeira escola de teatro da América do Sul. No Rio, desenvolveu trabalho cooperativo com a reconhecida atriz e diretora colombiana Carolina Virgüez.
Peter e Fernanda vivem atualmente em Berlim, onde ela integrou o elenco da peça "Global Duty", processo colaborativo dirigido por Julia Schulz e Ruud Gielens no teatro Ballhaus Naunynstrasse, em que contava as experiências que viveu enquanto seguia seu irmão durante sua viagem como um anarquista ao redor do mundo; e onde Peter tem trabalhado para estabelecer cooperação entre instituições alemãs e brasileiras para uma pesquisa dos modelos de produção de companhias de teatro na Alemanha.

SOBRE O FESTIVAL (do release oficial do festival 48 Stunden Neukölln)

48 Stunden Neukölln é hoje um fórum para múltiplos projetos artísticos em Berlim, apresentando arte que lida com questões sociais. Uma vez que o festival foi criado em 1999, 48 Stunden Neukölln se tornou o maior festival das artes da cidade. Os trabalhos realizados aqui servem como referências para além dos limites do distrito, lidando com questões da sociedade como um todo, assim como facilitando a interação entre artistas, tanto em Berlim quanto internacionalmente.

Em 2015 o festival irá mergulhar no tema "SOS – A Arte Salva o Mundo". Em cooperação com artistas baseados em Berlim e internacionais, o festival pretende concentrar-se na questão do real papel da arte na sociedade de hoje, lidando com as expectativas e desafios com que a sociedade confronta os artistas. O título conscientemente indica um dilema generalizado: por um lado, a tendência de lidar com temas num contexto de arte muitas vezes coloca um desafio aos artistas, exigindo que eles lidem com questões que afetam a sociedade atual. E também, por outro lado, a ideia de que, na sua forma mais extrema, a arte deve salvar o mundo de seus problemas, o que não parece ser uma demanda razoável a se fazer para quem quer que seja.

Martin Steffens, diretor do festival, reconhecendo a conformidade do trabalho de Peter e Fernanda com o tema desse ano, os convidou para a mostra principal, já que “Sem título ou E as pessoas na sala de jantar” e “Catracacatraca” lembram muito bem o tipo de trabalho da reconhecida artivista Tania Bruguera. A relevância de tais trabalhos para a discussão da atual crise política-financeira em todo o mundo, com o aumento de protestos na maioria dos países democráticos, é inegável.


CONTATO

Peter Barroso Boos
Artista e Diretor de BP Criaçoes Artísticas
peterbboos@gmail.com                                   +49 162 7269523 (Berlin) | Skype: peterboos
Fernanda Vizeu
Artista e Assistente de Produção de BP Criaçoes Artísticas
fervizeu@gmail.com                                              +49 152 04700390 (Berlin) | Skype: fervizeu
 



COLETIVA DE IMPRENSA DA MOSTRA PRINCIPAL:
24 de junho de 2015, às 11h.
Neukölln Arcaden, Karl-Marx-Str. 66, 1º andar.

SERVIÇO DA EXPOSIÇÃO:
BRAZIL EXPOSED
MOSTRA PRINCIPAL DO 48 STUNDEN NEUKÖLLN
Local: Neukölln Arcaden, Karl-Marx-Str. 66,
1º andar. Berlim.
26/06 (sexta-feira), 19h – 22h.
27/06 (sábado), 10h – 22h.
28/06 (domingo), 10h – 19h.
Entrada gratuita.



LINKS IMPORTANTES:
Trailer oficial de Brazil Exposed: https://youtu.be/Wf1JFhPb8so
Facebook Fanpage de Catracacatraca: https://www.facebook.com/Catracacatraca
Facebook Fanpage de Peter Boos: https://www.facebook.com/PeterBoos.Arte
Facebook Fanpage de Fernanda Vizeu: https://www.facebook.com/FernandaVizeu.Art
Website de Peter Boos: http://peterboos.com.br

Website de Fernanda Vizeu: http://fernandavizeu.com



sexta-feira, 5 de junho de 2015

Espetáculo "Poema Bar" em prol da Escola Técnica Estadual de Teatro Martins Penna - RJ

Em prol da Escola Técnica Estadual de Teatro Martins Pena, realizaremos o espetáculo Poema Bar.
Com Alexandre Borges, Sofia Vitória, João Vasco e Mariana de Moraes. Ao som de canções e harmonias brasileiras e portuguesas, algumas das mais belas palavras dos poetas Vinicius de Moraes e Fernando Pessoa. Poema Bar celebra a poesia e a música de Portugal e Brasil.
Data: 08 de junho de 2015

Local: E.T.E.T. Martins Penna - Rua Vinte de Abril nº 14
Horário: 19h"

Contamos com a presença de todos!
#martinssempena