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sábado, 8 de outubro de 2016

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) abre as inscrições para o Concurso Público de Provas e Títulos para o provimento de cargos de Professor do Magistério Superior.


Inscrição: 10/10/2016 até  dia 28/11/2016
A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)  abre as inscrições para o Concurso Público de Provas e Títulos para o provimento de cargos de Professor  do Magistério Superior.
Área de Atuação :  História do Teatro Brasileiro 
Número de vagas: 01
Titulação: Doutorado em Artes ou em Artes Cênicas ou em Teatro ou em Artes da Cena
  •  Regime de Trabalho: Adjunto- A 40hs/DE
  • Campus: Natal/RN

BAIXAR ANEXOS: 

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

O Instituto Federal Brasília (IFB) abre concurso para professor de Dança/Artes Cênicas



INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE BRASÍLIA

Dança/Artes Cênicas
04 vagas

Requisitos:

Diploma de curso superior em nível de graduação,  devidamente registrado, de Licenciatura/Bacharelado em Dança ou Artes Cênicas, expedido por entidade
de ensino reconhecida pelo MEC.

Período de inscrições 26/09/2016 a 10/10/2016 no site: http://www.ifb.edu.br/component/content/article?id=12125

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Inscrições abertas para o 10º Festival Nacional de Teatro de Juiz de Fora

O Festival Nacional de Teatro de Juiz de Fora está completando 10 anos e as inscrições para participar dessa edição especial estão abertas até 23 de setembro! Acesse o edital e mande sua inscrição. 

Edital e documentos:

https://www.pjf.mg.gov.br/administracao_indireta/funalfa/eventos/fest_teatro/edicao_10/index.php




UFRGS abre Concurso Público com 01 vaga no Colégio de Aplicação para teatro

UFRGS abre Concurso Público com vagas no Colégio de Aplicação

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) divulgou o edital do Concurso Público para contratar profissionais da Carreira de Magistério de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico para o Colégio de Aplicação.
[...] Há vagas nos Departamentos de  Artes Visuais (1 vaga); Teatro (1 vaga); Música (1 vaga); Ciências Humanas/ História (1 vaga); e Ciências Humanas/ Geografia (1 vaga).
Os novos profissionais vão trabalhar em jornadas semanais de 40 horas, com Dedicação Exclusiva, e salários que vão de R$ 4.234,77 a R$ 9.114,67.
Se você tem interesse em alguma área, acesse o site www.ufrgs.br e faça a sua inscrição a partir do dia 17 de outubro de 2016, até o dia 31 de outubro de 2016. Lembre-se que sua inscrição só será homologada após o pagamento da taxa de inscrição, cujos valores variam de R$ 106,00 a R$ 228,00, conforme a titulação apresentada pelo docente.
A classificação dos docentes ocorre em duas fases, compostas por Prova de questões objetivas de escolha simples, e Provas Escrita, Didática, Exame de Títulos e Trabalhos, Defesa da Produção Intelectual. Será, ainda, exigida Prova Prática nos concursos nas áreas de Teatro e de Música.
O prazo de validade deste Concurso é de dois anos, mas é possível que haja prorrogação do período determinado, a critério da Universidade.

domingo, 31 de julho de 2016

Rede de Mobilização contra o Escola Sem Partido

Para quem estiver interessado em subscrever a carta "Em defesa da liberdade de expressão em sala de aula", agora está aberta à assinaturas individuais!! E que quiser fazer parte da rede de mobilização contra o escola sem partido tem link pra isso também. Só clicar aqui.




1 - A carta "Em defesa da liberdade de expressão em sala de aula" agora também está aberta para assinaturas individuais! Para todos aqueles que apoiam o nosso movimento e são CONTRA o "Escola Sem Partido", sua contribuição será mais do que bem-vinda. Acesso em: https://goo.gl/3QD1Dy

2 - Com o formulário "Mobilização Contra o Escola Sem Partido", você pode contribuir para a nossa coleta de informações a respeito de como andam as resistências ao "Escola Sem Partido" pelo Brasil. Assim, iniciamos a construção de uma rede de oposição ao "Escola Sem Partido" em todo Brasil. Adesões do exterior também são bem-vindas. Acesso em: https://goo.gl/kCVNvK

Twitter: https://twitter.com/profscontraoesp

terça-feira, 21 de junho de 2016

Diretoria de Extensão promove curso sobre história da arte no Rio de Janeiro


Na próxima segunda-feira, 20/6, serão abertas as inscrições para o curso “História da arte no Rio de Janeiro”, promovido pela Diretoria de Extensão da Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura (Propgpec). O estudo tem como público-alvo professores do ensino básico e alunos licenciados ou bacharéis de áreas afins.

O curso tem como objetivo estudar a produção e formação do pensamento artístico na cidade do Rio de Janeiro dos séculos XVII ao XX, além de refletir sobre a sua importância e aprofundar o conhecimento acerca das características plásticas, linguísticas, materiais e técnicas.

O curso terá carga horária de 80 horas, sendo 32 presenciais e o restante online. O curso terá duração de quatro meses, de 14 de julho a 17 de novembro. As aulas presenciais ocorrerão no prédio da Propgpec, às quintas-feiras, das 19h às 21h.

Os candidatos devem preencher a ficha de inscrição e enviá-la escaneada para o e-mail da extensão:extensao@cp2.g12.br.


Fonte: http://www.cp2.g12.br/ultimas_publicacoes/220-not%C3%ADcias2016/4862-inscri%C3%A7%C3%B5es-abertas-para-o-curso-de-hist%C3%B3ria-da-arte-no-rio-de-janeiro-no-dia-20-6.html

O BRITISH COUNCIL REALIZA SELEÇÃO PARA A CAPACITAÇÃO DE TÉCNICOS DE ESPETÁCULOS



PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO PARA TÉCNICOS DE ESPETÁCULOS TEM INSCRIÇÕES ABERTAS NO RIO DE JANEIRO


Estão abertas as inscrições para o programa de capacitação Backstage to the Future, que oferecerá atividades teóricas, práticas e colaborativas sobre produção de eventos, sonorização, iluminação e gestão de palco a 20 profissionais brasileiros em início de carreira.
Realizado pelo British Council, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura, o treinamento é gratuito e contará com professores especialistas da produtora britânica Walk the Plank.
Interessados podem se inscrever preenchendo o formulário online até 30 de junho, às 13 horas, individualmente (pessoa física) ou em grupos de até quatro profissionais de uma mesma instituição (pessoa jurídica). Os selecionados serão informados por e-mail em 7 de julho.
O Backstage to the Future será realizado durante o período dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, com o objetivo de fomentar as possibilidades de trabalho dos participantes e oferecer a eles oportunidades de colaborar com a montagem de eventos que fazem parte do legado dos Jogos de Londres 2012. Ao final do curso, em setembro, todos os alunos poderão praticar os conhecimentos adquiridos em dois espetáculos britânicos: a Scottish Dance Theatre, principal companhia de dança contemporânea da Escócia, trará a apresentação Miann para o Teatro Carlos Gomes; e o Graeae, premiado grupo britânico conhecido por promover a acessibilidade na arte, apresentará o espetáculo The Garden, exibido durante as Paralimpíadas de Londres 2012.
O programa inclui ainda aulas de inglês para vocabulário técnico da área e discussões sobre acessibilidade, comunicação, solução de problemas em produções de baixo orçamento, divulgação de eventos e o trabalho do freelancer. Quatro participantes serão também selecionados para a Oficina de Acessibilidade em Cultura British Council-Shape Arts, que acontece em julho na Biblioteca Parque Estadual.
 Para se candidatar a uma das vagas, é preciso ser brasileiro com idade entre 18 e 30 anos e residir no estado do Rio de Janeiro. Também é preciso possuir entre 1 e 3 anos de experiência (como estudante ou profissional) em, no mínimo, uma das seguintes áreas: produção cultural, montagem de espetáculos, iluminação, sonorização e marketing digital; tendo participado da produção técnica de no mínimo um espetáculo e/ou festival, amador ou profissional.
As inscrições de grupo devem ser feitas por pessoa jurídica. A organização deverá indicar de dois a quatro integrantes, que devem participar de seus quadros funcionais, programas, coletivos ou companhias artísticas por pelo menos um ano e atender a todos os critérios da inscrição individual. Além disso, a instituição deve estar baseada no estado do Rio de Janeiro e possuir, no mínimo, três anos de experiência em treinamento, formação e capacitação de jovens em áreas de produção cultural tais como, mas não limitadas a: iluminação, montagem de palco, sonorização, acessibilidade, marketing para as artes e segurança do trabalho.

Mais informações e descrição detalhada das atividades estão disponíveis no regulamento do programa.

...

Fonte: http://idanca.net/programa-de-capacitacao-para-tecnicos-de-espetaculos-tem-inscricoes-abertas-no-rio-de-janeiro/

sexta-feira, 13 de maio de 2016

1ª VIRADA CULTURAL da Martins Penna #OCUPAMARTINS


Detalhes
A '1ª Virada Cultural da Martins Penna' acontece do dia 13 para 14 de Maio como parte da Ocupação Artística de Greve e com apoio do nosso movimento #MARTINSSEMPENA. A escola está ocupada pelxs estudantes desde o início da semana. Diante deste contexto político tenebroso que estamos vivendo no RJ e no país, a nossa Virada e nossa Ocupação são atos de resistência aos retrocessos conservadores!

O evento traz uma programação diversificada e cheia de arte:
**Apresentação de cenas
**Rodas de conversa
**Performances
**Dança
**Música
**Poesia
**Exposições de artes plásticas e cinema
**Intervenções artísticas
**Cantina com comes e bebes
**Cantinho de recarregar energias #cantinhodosono

VENHA OCUPAR A MARTIS PENNA! #OCUPAMARTINS
SERÃO 24 HORAS DE ARTE!
Iniciaremos as atividades às 22h do dia 13/05 e seguiremos até às 22h do dia 14/05. Vai ser lindo. Junte-se a nós!

ENTRADA FRANCA!

PROGRAMAÇÃO EM BREVE. (Encerramos o recebimento de propostas. Muito obrigada a todxs que se inscreveram!)

domingo, 1 de maio de 2016

UFMA ABRE CONCURSO PÚBLICO PARA PROFESSOR DE TEATRO/ SUPORTE CÊNICO: CENOGRAFIA E CARACTERIZAÇÃO

Inscrição: de 8 de abril à 6 de maio 2016.
Universidade Federal do Maranhão  abre as inscrições para o Concurso Público de Provas e Títulos para o provimento de cargos de Professor  Assistente da Carreira do Magistério Superior.
Área de Atuação e número de vagas:   
- Teatro / Suporte Cênico: Cenografia e Caracterização
- Número de vagas:   1 vaga
Titulação: Graduação (Bacharelado ou Licenciatura) em Artes Cênicas ou Teatro ou  Educação Artística com Habilitação em Artes Cênicas. Artes ou Mestrado Interdisciplinar com pesquisa na área do Te a t r o
Regime de Trabalho: 40hs/s DE 
Baixar anexos:EDITAL CONCURSO UFMA 

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Por um adequado ensino de História da África, por Luciano Loureiro

O continente africano – geograficamente - encontra-se partilhado pelos quatro hemisférios do planeta. Cortado pelo Meridiano de Greenwich e pela Linha do Equador, possui 30 milhões de km² sendo quase um terço destes de desertos. Com seus 55 países sua população ultrapassa os setecentos milhões. Apresenta grande diversidade física, étnica, cultural e econômica. Todos esses elementos contribuíram para uma subdivisão regional, que estabeleceu a África Mediterrânea (também chamada de África Islâmica ou Setentrional) e a África Subsaariana. Essa regionalização do continente tem o deserto do Saara como divisor natural e os aspectos humanos, em especial a religião, como fator cultural. A África Mediterrânea, situada ao norte do deserto do Saara, é composta por apenas cinco países: Marrocos, Argélia, Tunísia, Líbia e Egito, além do território do Saara Ocidental. Já a África Subsaariana, compreende toda a área localizada ao sul do Saara, correspondendo a mais de 75% do continente. Mesmo sendo esse continente de dimensões gigantescas e possuidor de uma cultura e história ancestral que remonta ao berço da humanidade, pouco conhecemos dele. Quase sempre o olhar sobre a África se dá como se essa fosse uma só. Povoada por aldeias rupestres e reduzida às paisagens das Savanas onde homens usando trajes e armas primitivas caçam seu alimento. Um lugar arcaico, exótico e longínquo, separado de nós por séculos de atraso tecnológico e humanista, que detém como características mais importantes, além dos seus leões, elefantes e girafas, ter sido ele o provedor de mão de obra escrava para o mercado atlântico. O estereotipamos - recorrentemente - como um continente de desigualdades sociais, dizimado por guerras, doenças, ignorância e miséria.  A verdade é que reproduzimos um olhar discriminatório e eurocentrista que abdica das diferenças e de suas peculiaridades. Precisamos entender que a África são muitos e diferentes países. Povos com tantas distinções culturais e linguísticas como são distintos os povos europeus, americanos ou asiáticos.

Felizmente, em legislação recente, o Ministério da Educação busca corrigir esses equívocos e desinformação sobre a África, desde muito existente em nossos currículos, e mais especificadamente no ensino de História nas escolas de Ensino Básico inserindo a matéria “História da África” nos currículos nacionais das diversas modalidades e níveis de ensino. Esta ação é o reconhecimento que a exclusão da “História da África”, durante toda a história do ensino no Brasil, é um entre vários exemplos do racismo. Ela exclui, por forças simbólicas, o africano e/ou o afrodescendente da História do Brasil. Importante salientar que esse resgate ou inserção vem prioritariamente através de esforços dos movimentos negros, com participação dos meios acadêmicos, com o objetivo em fomentar pesquisas na direção de elaborar programas que sejam capazes de produzir análises críticas e fundamentações teóricas que visem problematizar com mais profundidade a História da África e as relações com nossos caminhos, tropeços e avanços enquanto nação.

Mas por que estudar a África? Que importância isso tem? O que conhecemos dela? O que sabemos das nações africanas ocupando múltiplos espaços e identidades? Nosso conhecimento sobre esse continente, na maior parte das vezes, não passa de um amontoado de informações preconceituosas que prejudicam a possibilidade em se constituir uma visão mais abrangente e rica de sua história e das fecundas influências sobre as engrenagens que moldaram nossa identidade. É evidente, que isso já está descrito - por uma quantidade ainda que insuficiente de textos - mas de relevância sobre o tema e que denunciam a impossibilidade de se ter uma melhor compreensão de nossa história e pluralidade cultural. Sem se conhecer os fatores pertencentes à História Africana, como sermos capazes de entender melhor os matizes do nosso próprio processo civilizatório? Poderíamos, apenas a título de exemplo, citar como o cultivo do açúcar, algodão ou café foram monoculturas economicamente fundamentais ao desenvolvimento do Brasil e que são conhecimentos oriundos não de uma Europa civilizada, mas de um passado africano. A construção de todo um patrimônio artístico que coloca o Brasil numa esfera diferenciada e única. As artes plásticas desde o barroco aos dias atuais, a música, a dança, o teatro, a literatura. Embora durante a maior parte da História do Brasil esses artistas negros tenham sido colocados compulsoriamente no anonimato, lá estão as marcas indeléveis de sua criação e da herança africana que carregam em sua expressão - é só querer ver e sem muito esforço.  Nossa própria língua em sua raiz, tendo em sua base, não apenas influências do Latim, mesmo que predominante em nosso idioma, não deveríamos ignorar a presença Árabe e do Suarili, este último absolutamente obscurecido. Isso, sem esquecer da presença indígena em nosso linguajar. Esse conjunto de influências propiciou o gosto brasileiro pela oralidade, como na expressões e modos de lidar com nosso vocábulo: palavras, frases e orações que foram e são urdidas de uma maneira muito particular e que dão a Língua Brasileira toda uma complexidade e sofisticação.

Outro importantíssimo exemplo, que não poderíamos nos furtar em pontuar, foi a existência dos Quilombos desmistificando a ideia do negro escravo submisso e passivo às ações criminosas de seus “donos”. Longe da caricatura do negro fujão, foi símbolo de luta e resistência e conhecer a complexidade dos Quilombos e do que eles representaram e representam significa, antes de tudo, saber sobre a complexidade e movimento das sociedades africanas antigas adaptadas à realidade brasileira, conhecimento infelizmente distante ainda das nossas salas de aula.

Poderíamos ainda citar outros exemplos de influência africana. Esta, sendo o berço da humanidade, onde surgem os primeiros humanoides. Falar das civilizações que ali floresceram e que são definitivas na fisionomia de uma cultura ocidental. O comércio originário na África com ela mesma e para o resto do mundo, inclusive nas Américas bem antes de Colombo. Se usássemos de uma metáfora transformando o Brasil em uma árvore alimentada pela seiva nutritiva oriunda de três veias subterrâneas, uma dessas seria africana. Portanto, não se explica a ideia de que a África e os afrodescendentes contribuíram e/ou contribuem com a formação de uma cultura brasileira. O próprio termo contribuir já expressa o caráter discriminatório: é como se esse fosse um tempero que ajudou a dar algum sabor à sopa. A verdade e que a África não é tempero, é ingrediente protagonista nesse caldo de cultura, fazendo parte contundente de tudo que fomos e somos. Assim, é imprescindível que a História da África passe a ser trabalhada em sala de aula com o objetivo em desmistificar criticamente, a partir de argumentos históricos e teóricos, estereótipos e clichês preconceituosos presentes no imaginário de grande parte da população: nas falas de pessoas, nas notícias de jornal, nas imagens do cinema, da televisão e etc.

Sabemos que o processo de ensino da História da África encontra dentro das escolas forte resistência de parte de pedagogos, professores e alunos motivado, principalmente, pelo preconceito e desinformação. Embora tenhamos avançado nesse ponto, são notórios os obstáculos postos a inserção deste conteúdo na grade curricular. Além disso, não são poucos os livros didáticos que ainda insistem em tratar o negro como sinônimo de escravo. Basta observarmos, como exemplo, as aquarelas de Debret representando sucessivamente imagens do negro acorrentado, açoitado, inerte. Somando-se a isso a mídia parece corroborar com essa ideia apresentando massivamente uma África exclusivamente de florestas, apesar de que apenas um pouco mais de três milhões de km² do seu território serem preenchidos por estas. Quanto ao africano, sistematicamente apresentado como um faminto, miserável, raquítico necessitando urgentemente de ajuda branca e humanitária. O racismo, velado ou não, ainda é bastante presente neste contexto, sendo uma reação ao imaginário discriminatório que nos persegue. Assim, a desconstrução do racismo dentro do universo escolar deve ser realizada através de um sistemático e incansável processo do ensino/aprendizagem onde uma África civilizada, de ontem e de hoje, seja apresentada em toda sua diversidade e conhecimento: com suas cidades, comércio, manufaturas, escrita, cultura, arte, matemática. Mostrar que os que ali viviam e vivem não eram e não são um bando de selvagens de intelecto inferior, perdidos, vivendo isolados na selva sem compreender o mundo em que viviam ou vivem.

Apresentar essa África civilizada é mostrar aos nossos alunos que em sua história houve civilizações de grande porte, ocupando vastos territórios e possuidoras de organizações sociais complexas. O farto comércio entre povos com as caravanas costurando inter-relações econômicas, políticas e fomentando o surgimento de estados nacionais. Os livros didáticos não cansam em apresentar o continente europeu com o detentor do conhecimento. Contudo, os índices de analfabetismo e ignorância entre as populações europeias durante todo o período da Idade Média eram enormes. Foi apenas nas cruzadas que os europeus passaram a ter acesso a conhecimentos mais sofisticados da matemática, física, química e onde a escrita ganha novos contornos. Fato que denota que a África e as Nações Árabes já eram muito mais sofisticadas tecnologicamente do que a Europa e se mantiveram assim até o início do século XVI. 


Luciano Loureiro
lucianocloureiro@gmail.com
2014


PS. Este texto pode ser utilizado, integralmente ou em parte, desde que respeitado os direitos autorais e citação do autor.

sexta-feira, 18 de março de 2016

FAPERJ - Programas de estímulo e divulgação às artes




Edital FAPERJ Nº 02/2016

Programa de Estímulo à Criação, Experimentação e Pesquisa Artística
Lançamento do edital: 28/01/2016
Submissão de propostas on-line: de 29/01/2016 até 31/03/2016
Divulgação dos resultados: a partir de 05/05/2016


Edital FAPERJ Nº 03/2016

Apoio à Produção e Divulgação das Artes no Estado do Rio de Janeiro
Lançamento do edital: 28/01/2016
Submissão de propostas on-line: de 29/01/2016 a 24/03/2016
Divulgação dos resultados: a partir de 28/05/2016

terça-feira, 8 de março de 2016

Fórum Shakespeare - inscrições para o teste de elenco de uma nova montagem do clássico “A Tempestade


É com grande alegria que anunciamos o retorno do Fórum Shakespeare em 2016! 


Para celebrar os 400 anos do legado do mais importante dramaturgo do mundo, o Fórum Shakespeare irá realizar a montagem de 03 peças dirigidas por renomados diretores britânicos. No Rio de Janeiro, já estão abertas as inscrições para o teste de elenco de uma nova montagem do clássico “A Tempestade”, com direção do diretor teatral, preparador corporal e coreógrafo malásio Vik Sivalingam, que há 25 anos trabalha em algumas das mais importantes companhias teatrais do Reino Unido e do mundo, como a Royal Shakespeare Company, The Old Vic e Southwark Playhouse.




Os candidatos devem ter disponibilidade para participar dos ensaios da peça, que ocorrem na cidade do Rio de Janeiro entre os dias de 18 de abril e 19 de maio em período integral, e às performances no CCBB Rio de Janeiro, entre os dias 20 e 29 de maio de 2016. Os atores contratados devem também estar disponíveis para remontagens da peça em outras cidades do Brasil em 2016, inclusive no Rio de Janeiro entre os dias 15 e 21 de agosto.



O casting do espetáculo será composto por nove artistas. Não é preciso ter fluência em inglês para concorrer à vaga. Sob exclusiva e total responsabilidade logística e financeira do projeto “Fórum Shakespeare”, os atores selecionados para o elenco da peça receberão cachê e diárias de alimentação para os períodos de ensaio e apresentações. Eles devem ter disponibilidade para ensaiar oito horas por dia, seis dias por semana, entre o período de 18 de abril a 29 de maio de 2016.



As inscrições no curso são feitas pelo site da People’s Palace Projects até o dia 14 de março, às 23:59. Os candidatos devem escrever uma carta de interesse e um breve currículo. Depois da análise curricular, os participantes selecionados serão convocados por e-mail, até o dia 18 de março, para enviar um vídeo apresentando um breve monólogo da peça (instruções serão enviadas por email) até o dia 21 de março, às 23:59. No dia 24 de março, iremos divulgar o nome dos candidatos selecionado para as audições presenciais, que acontecerão nos dias 31 de março e 01 de abril no Rio de Janeiro.



Confira abaixo um resumo do processo seletivo:

– 07 a 14 de março: inscrições online
– 18 de março: divulgação dos selecionados para enviar vídeo apresentação
– 18 a 21 de março: envio de vídeo apresentação
– 24 de março: divulgação dos selecionados para audições presenciais
– 28 e 29 de março: teste de elenco presencial no Rio de Janeiro
– 18 de abril a 29 de maio: ensaios e performances



A montagem de “A Tempestade”, dirigida por Vik Sivalingam, faz parte do Fórum Shakespeare, projeto que explora, representa, repensa e celebra o legado do mais famoso dramaturgo do mundo. O Fórum Shakespeare é uma realização do Centro Cultural Banco do Brasil e do Ministério da Cultura com produção da People’s Palace Projects e People’s Palace Projects do Brasil. O Fórum faz parte do programa Transform do British Council e conta com o apoio do Arts Council England, Queen Mary University of London e Funarte.





Thiago Jesus
Communications & International Relations Manager / Gerente de Comunicações e Relações Internacionais
People's Palace Projects
Direct line (+44) 20 7882 8908

sexta-feira, 4 de março de 2016

DIVULGAÇÃO: TREINAMENTO - IMPROVISAÇÃO - AMOK TEATRO - ANA TEIXEIRA - ATIVIDADE GRATUITA


WORKSHOP TEATRAL

Com Ana Teixeira, diretora do Amok Teatro.
A oficina propõe um olhar sobre a improvisação no jogo do ator, como um caminho que articula técnica e organicidade.
Público alvo Estudantes e atores.
Datas: 12 e 13 de março
Dias: Sábado e domingo
Horário: 14h às 17h

ATIVIDADE GRATUITA

As inscrições podem ser realizadas até o dia 10 de março de 2016.
Classificação etária: acima de 18 anos, sem limite de idade.
Vagas: 25 vagas
Local: Teatro Municipal Ziembinski
Rua Heitor Beltrão s/ n˚ – Tijuca, Rio de Janeiro ( em frente à estação do metrô São Francisco Xavier)

LEIA COM ATENÇÃO

- O Workshop está sujeito a lotação de acordo com o número de vagas estabelecido.
- O email de confirmação da vaga será enviado até 12h após o encerramento das inscrições. O mesmo deve ser respondido confirmando a participação na oficina até a data proposta no email. Caso não haja confirmação de participação no prazo, automaticamente, a vaga será disponibilizada para um inscrito da lista de espera.
- Em caso de lotação, será enviado um email com o assunto "lista de espera". Leia-o com atenção, pois constará no corpo do email uma data de previsão de chamada.
-Não esqueça de verificar a caixa de SPAM, pois o seu email de "confirmação de vaga" ou "lista de espera" pode ter sido direcionado para a mesma.
- Caso não receba nenhum email de "confirmação de vaga" ou de "lista de espera", entre em contato conosco - 99188-2335

*Obrigatório
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FONTEhttps://docs.google.com/forms/d/1WhXR8RfZhfxNeDO8oeDdATYg_YtePrKx3LASiw4QqfY/viewform?c=0&w=1



terça-feira, 1 de março de 2016

Concurso da UFT abre vagas para Professor do Magistério Superior em Teatro

Novas oportunidades para Professor estão abertas no estado do Tocantins, isto porque a Universidade Federal do Tocantins (UFT) anunciou a realização de concurso público. Os aprovados devem atuar em jornadas de 20 horas por semana ou em regime de com remuneração fixada entre R$ 2.018,77 e R$ 8.639,50.

Teatro (2), Expressão Corporal e Dança.

Inscrições e provas
As inscrições já estão abertas e podem ser realizadas até o dia 7 de março pelo internet, no site www.copese.uft.edu.br. A taxa de inscrição custa R$ 260 e deve ser paga até dia 8 de março na rede bancária.
No dia 1° de abril, os candidatos com inscrições homologadas devem realizar a prova escrita de conhecimentos gerais e específicos. Em outras etapas haverá ainda avaliações didática e prática. O resultado final deve sai até dia 20 de abril e valerá por um ano.

UFMA abre concursos para a seleção de Professores de Artes Cênicas

No primeiro concurso, regido pelo Edital 41/2016, dispõe de Artes Visuais (1), Artes Cênicas/ Ensino do Teatro e Prática Artística (1)]

Com remuneração fixada entre R$ 2.814,01 e R$ 8.639,50, os aprovados devem atuar em jornadas de 20 ou 40 horas por semana, ou ainda em regime de dedicação exclusiva.
Etapas
Para classificar os candidatos inscritos serão aplicadas provas escrita, didática, prática e avaliação de títulos. O resultado final terá validade de um ano, com possibilidade de ser prorrogado uma vez pelo mesmo período. 

I – DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
1. Os Concursos Públicos de Provas e Títulos referidos no Preâmbulo, doravante, denominados apenas como Concursos, serão regidos por este Edital e seus Anexos. 
2. Para os Concursos serão aceitas pré-inscrições de candidatos Graduados, com pós-graduação stricto sensu-Doutorado e/ou pós-graduação stricto sensu-Mestrado e/ou lato sensu - Especialização, conforme consta nos Anexos 1 e 2 deste Edital, no período de 19 de FEVEREIRO a 09 de MARÇO de 2016. 
3. Os concursos nas áreas que NÃO tiverem candidato(s) (Doutor), conforme o Anexo Único deste Edital, inscrito(s) no período constante no item 2, será reaberto o período de pré-inscrição para candidatos portadores de pós-graduação strictu-sensu Mestrado, classe Assistente A, por cinco dias, compreendendo de 10 A 16 DE MARÇO DE 2016 - (se for o caso, as áreas a serem reabertas serão divulgadas em edital próprio).

domingo, 24 de janeiro de 2016

A Universidade Federal do Amapá abre concurso público para professor de Artes Cênicas


Inscrição: 18 de janeiro de 2016 até  7 de fevereiro de 2016


A Universidade Federal do Amapá (Unifap), abre inscrições para o Concurso Público de Provas e Títulos para o provimento de cargos de Professor da Carreira do Magistério Superior.

Curso: Licenciatura em Teatro

Área de Atuação e número de vagas:   

- Prática Teatral: 1 vaga

Titulação: Licenciatura em Educação Artística com Habilitação em Artes Cênicas; Licenciatura em Teatro; Licenciatura em Artes Cênicas. Bacharelado em Teatro. Bacharelado em Artes Cênicas.

Regime de Trabalho: 40hs/s DE

Leia o edital: Clique Aqui

domingo, 10 de janeiro de 2016

Furnas RJ lança edital de ocupação do seu espaço cultural em 2016/17


Empresa investirá R$ 1,5 milhão em projetos culturais de música erudita ou popular, teatro adulto e infantil e exposições. Programação é gratuita


Furnas lançou o edital de ocupação do Espaço Furnas Cultural, no Rio de Janeiro, para  a seleção da programação 2016/2017. O investimento soma R$ 1,5 milhão e será destinado a projetos culturais de música erudita ou popular, teatro adulto e infantil, além de exposições.Todas as apresentações são gratuitas.
 
“O objetivo de Furnas é incentivar a produção cultural nacional, com oportunidade a artistas de todo o país, desde os pouco conhecidos do grande público aos já consagrados, e oferecer programação de qualidade totalmente gratuita à população, em linha com a nossa política de Responsabilidade Sociocultural”, destaca a gerente de Responsabilidade Sociocultural de Furnas, Ana Claudia Gesteira.
 
Projetos culturais de todo o Brasil podem concorrer. As inscrições são gratuitas e o prazo é até 12/02/2016. Mais informações podem ser encontradas no site de Furnas (www.furnas.com.br).
 
O Espaço Furnas Cultural vem se destacando na cena cultural do Rio de Janeiro ao oferecer uma programação gratuita e de qualidade. Desde a sua inauguração, em 2011, já se apresentaram no local cerca de 120 projetos de diversos estados brasileiros, atraindo um público estimado em 50 mil pessoas. Em 2015, a programação contou com nomes como Zélia Duncan, Flavio Venturini, Leny Andrade, Isabela Tavianni, além de premiadas montagens teatrais e elogiadas exposições.
 
Acessíveis a pessoas com dificuldade de locomoção, as instalações do Espaço Furnas Cultural incluem teatro com 192 lugares, praça de convivência e duas galerias que acolhem mostras de fotografias, pinturas e esculturas. O espaço fica na sede da empresa, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Antonio Candido indica 10 livros para conhecer o Brasil

13.05.17_Antonio Candido_10 livros para conhecer o BrasilPor Antonio Candido.*
Quando nos pedem para indicar um número muito limitado de livros importantes para conhecer o Brasil, oscilamos entre dois extremos possíveis: de um lado, tentar uma lista dos melhores, os que no consenso geral se situam acima dos demais; de outro lado, indicar os que nos agradam e, por isso, dependem sobretudo do nosso arbítrio e das nossas limitações. Ficarei mais perto da segunda hipótese.
Como sabemos, o efeito de um livro sobre nós, mesmo no que se refere à simples informação, depende de muita coisa além do valor que ele possa ter. Depende do momento da vida em que o lemos, do grau do nosso conhecimento, da finalidade que temos pela frente. Para quem pouco leu e pouco sabe, um compêndio de ginásio pode ser a fonte reveladora. Para quem sabe muito, um livro importante não passa de chuva no molhado. Além disso, há as afinidades profundas, que nos fazem afinar com certo autor (e portanto aproveitá-lo ao máximo) e não com outro, independente da valia de ambos.
Por isso, é sempre complicado propor listas reduzidas de leituras fundamentais. Na elaboração da que vou sugerir (a pedido) adotei um critério simples: já que é impossível enumerar todos os livros importantes no caso, e já que as avaliações variam muito, indicarei alguns que abordam pontos a meu ver fundamentais, segundo o meu limitado ângulo de visão. Imagino que esses pontos fundamentais correspondem à curiosidade de um jovem que pretende adquirir boa informação a fim de poder fazer reflexões pertinentes, mas sabendo que se trata de amostra e que, portanto, muita coisa boa fica de fora. 
São fundamentais tópicos como os seguintes: os europeus que fundaram o Brasil; os povos que encontraram aqui; os escravos importados sobre os quais recaiu o peso maior do trabalho; o tipo de sociedade que se organizou nos séculos de formação; a natureza da independência que nos separou da metrópole; o funcionamento do regime estabelecido pela independência; o isolamento de muitas populações, geralmente mestiças; o funcionamento da oligarquia republicana; a natureza da burguesia que domina o país. É claro que estes tópicos não esgotam a matéria, e basta enunciar um deles para ver surgirem ao seu lado muitos outros. Mas penso que, tomados no conjunto, servem para dar uma ideia básica.
Entre parênteses: desobedeço o limite de dez obras que me foi proposto para incluir de contrabando mais uma, porque acho indispensável uma introdução geral, que não se concentre em nenhum dos tópicos enumerados acima, mas abranja em síntese todos eles, ou quase. E como introdução geral não vejo nenhum melhor do que O povo brasileiro (1995), de Darcy Ribeiro, livro trepidante, cheio de ideias originais, que esclarece num estilo movimentado e atraente o objetivo expresso no subtítulo: “A formação e o sentido do Brasil”.
Quanto à caracterização do português, parece-me adequado o clássico Raízes do Brasil (1936), de Sérgio Buarque de Holanda, análise inspirada e profunda do que se poderia chamar a natureza do brasileiro e da sociedade brasileira a partir da herança portuguesa, indo desde o traçado das cidades e a atitude em face do trabalho até a organização política e o modo de ser. Nele, temos um estudo de transfusão social e cultural, mostrando como o colonizador esteve presente em nosso destino e não esquecendo a transformação que fez do Brasil contemporâneo uma realidade não mais luso-brasileira, mas, como diz ele, “americana”. 
Em relação às populações autóctones, ponho de lado qualquer clássico para indicar uma obra recente que me parece exemplar como concepção e execução:História dos índios do Brasil (1992), organizada por Manuela Carneiro da Cunha e redigida por numerosos especialistas, que nos iniciam no passado remoto por meio da arqueologia, discriminam os grupos linguísticos, mostram o índio ao longo da sua história e em nossos dias, resultando uma introdução sólida e abrangente.
Seria bom se houvesse obra semelhante sobre o negro, e espero que ela apareça quanto antes. Os estudos específicos sobre ele começaram pela etnografia e o folclore, o que é importante, mas limitado. Surgiram depois estudos de valor sobre a escravidão e seus vários aspectos, e só mais recentemente se vem destacando algo essencial: o estudo do negro como agente ativo do processo histórico, inclusive do ângulo da resistência e da rebeldia, ignorado quase sempre pela historiografia tradicional. Nesse tópico resisto à tentação de indicar o clássico O abolicionismo (1883), de Joaquim Nabuco, e deixo de lado alguns estudos contemporâneos, para ficar com a síntese penetrante e clara de Kátia de Queirós Mattoso, Ser escravo no Brasil (1982), publicado originariamente em francês. Feito para público estrangeiro, é uma excelente visão geral desprovida de aparato erudito, que começa pela raiz africana, passa à escravização e ao tráfico para terminar pelas reações do escravo, desde as tentativas de alforria até a fuga e a rebelião. Naturalmente valeria a pena acrescentar estudos mais especializados, como A escravidão africana no Brasil (1949), de Maurício Goulart ou A integração do negro na sociedade de classes (1964), de Florestan Fernandes, que estuda em profundidade a exclusão social e econômica do antigo escravo depois da Abolição, o que constitui um dos maiores dramas da história brasileira e um fator permanente de desequilíbrio em nossa sociedade.
Esses três elementos formadores (português, índio, negro) aparecem inter-relacionados em obras que abordam o tópico seguinte, isto é, quais foram as características da sociedade que eles constituíram no Brasil, sob a liderança absoluta do português. A primeira que indicarei é Casa grande e senzala (1933), de Gilberto Freyre. O tempo passou (quase setenta anos), as críticas se acumularam, as pesquisas se renovaram e este livro continua vivíssimo, com os seus golpes de gênio e a sua escrita admirável – livre, sem vínculos acadêmicos, inspirada como a de um romance de alto voo. Verdadeiro acontecimento na história da cultura brasileira, ele veio revolucionar a visão predominante, completando a noção de raça (que vinha norteando até então os estudos sobre a nossa sociedade) pela de cultura; mostrando o papel do negro no tecido mais íntimo da vida familiar e do caráter do brasileiro; dissecando o relacionamento das três raças e dando ao fato da mestiçagem uma significação inédita. Cheio de pontos de vista originais, sugeriu entre outras coisas que o Brasil é uma espécie de prefiguração do mundo futuro, que será marcado pela fusão inevitável de raças e culturas.
Sobre o mesmo tópico (a sociedade colonial fundadora) é preciso ler tambémFormação do Brasil contemporâneo, Colônia (1942), de Caio Prado Júnior, que focaliza a realidade de um ângulo mais econômico do que cultural. É admirável, neste outro clássico, o estudo da expansão demográfica que foi configurando o perfil do território – estudo feito com percepção de geógrafo, que serve de base física para a análise das atividades econômicas (regidas pelo fornecimento de gêneros requeridos pela Europa), sobre as quais Caio Prado Júnior engasta a organização política e social, com articulação muito coerente, que privilegia a dimensão material. 
Caracterizada a sociedade colonial, o tema imediato é a independência política, que leva a pensar em dois livros de Oliveira Lima: D. João VI no Brasil (1909) e O movimento da Independência (1922), sendo que o primeiro é das maiores obras da nossa historiografia. No entanto, prefiro indicar um outro, aparentemente fora do assunto: A América Latina, Males de origem (1905), de Manuel Bonfim. Nele a independência é de fato o eixo, porque, depois de analisar a brutalidade das classes dominantes, parasitas do trabalho escravo, mostra como elas promoveram a separação política para conservar as coisas como eram e prolongar o seu domínio. Daí (é a maior contribuição do livro) decorre o conservadorismo, marca da política e do pensamento brasileiro, que se multiplica insidiosamente de várias formas e impede a marcha da justiça social. Manuel Bonfim não tinha a envergadura de Oliveira Lima, monarquista e conservador, mas tinha pendores socialistas que lhe permitiram desmascarar o panorama da desigualdade e da opressão no Brasil (e em toda a América Latina).
Instalada a monarquia pelos conservadores, desdobra-se o período imperial, que faz pensar no grande clássico de Joaquim Nabuco: Um estadista do Império(1897). No entanto, este livro gira demais em torno de um só personagem, o pai do autor, de maneira que prefiro indicar outro que tem inclusive a vantagem de traçar o caminho que levou à mudança de regime: Do Império à República(1972), de Sérgio Buarque de Holanda, volume que faz parte da História geral da civilização brasileira, dirigida por ele. Abrangendo a fase 1868-1889, expõe o funcionamento da administração e da vida política, com os dilemas do poder e a natureza peculiar do parlamentarismo brasileiro, regido pela figura-chave de Pedro II. 
A seguir, abre-se ante o leitor o período republicano, que tem sido estudado sob diversos aspectos, tornando mais difícil a escolha restrita. Mas penso que três livros são importantes no caso, inclusive como ponto de partida para alargar as leituras. 
Um tópico de grande relevo é o isolamento geográfico e cultural que segregava boa parte das populações sertanejas, separando-as da civilização urbana ao ponto de se poder falar em “dois Brasis”, quase alheios um ao outro. As consequências podiam ser dramáticas, traduzindo-se em exclusão econômico-social, com agravamento da miséria, podendo gerar a violência e o conflito. O estudo dessa situação lamentável foi feito a propósito do extermínio do arraial de Canudos por Euclides da Cunha n’Os sertões (1902), livro que se impôs desde a publicação e revelou ao homem das cidades um Brasil desconhecido, que Euclides tornou presente à consciência do leitor graças à ênfase do seu estilo e à imaginação ardente com que acentuou os traços da realidade, lendo-a, por assim dizer, na craveira da tragédia. Misturando observação e indignação social, ele deu um exemplo duradouro de estudo que não evita as avaliações morais e abre caminho para as reivindicações políticas. 
Da Proclamação da República até 1930 nas zonas adiantadas, e praticamente até hoje em algumas mais distantes, reinou a oligarquia dos proprietários rurais, assentada sobre a manipulação da política municipal de acordo com as diretrizes de um governo feito para atender aos seus interesses. A velha hipertrofia da ordem privada, de origem colonial, pesava sobre a esfera do interesse coletivo, definindo uma sociedade de privilégio e favor que tinha expressão nítida na atuação dos chefes políticos locais, os “coronéis”. Um livro que se recomenda por estudar esse estado de coisas (inclusive analisando o lado positivo da atuação dos líderes municipais, à luz do que era possível no estado do país) é Coronelismo, enxada e voto (1949), de Vitor Nunes Leal, análise e interpretação muito segura dos mecanismos políticos da chamada República Velha (1889-1930). 
O último tópico é decisivo para nós, hoje em dia, porque se refere à modernização do Brasil, mediante a transferência de liderança da oligarquia de base rural para a burguesia de base industrial, o que corresponde à industrialização e tem como eixo a Revolução de 1930. A partir desta viu-se o operariado assumir a iniciativa política em ritmo cada vez mais intenso (embora tutelado em grande parte pelo governo) e o empresário vir a primeiro plano, mas de modo especial, porque a sua ação se misturou à mentalidade e às práticas da oligarquia. A bibliografia a respeito é vasta e engloba o problema do populismo como mecanismo de ajustamento entre arcaísmo e modernidade. Mas já que é preciso fazer uma escolha, opto pelo livro fundamental de Florestan Fernandes,A revolução burguesa no Brasil (1974). É uma obra de escrita densa e raciocínio cerrado, construída sobre o cruzamento da dimensão histórica com os tipos sociais, para caracterizar uma nova modalidade de liderança econômica e política. 
Chegando aqui, verifico que essas sugestões sofrem a limitação das minhas limitações. E verifico, sobretudo, a ausência grave de um tópico: o imigrante. De fato, dei atenção aos três elementos formadores (português, índio, negro), mas não mencionei esse grande elemento transformador, responsável em grande parte pela inflexão que Sérgio Buarque de Holanda denominou “americana” da nossa história contemporânea. Mas não conheço obra geral sobre o assunto, se é que existe, e não as há sobre todos os contingentes. Seria possível mencionar, quanto a dois deles, A aculturação dos alemães no Brasil (1946), de Emílio Willems; Italianos no Brasil (1959), de Franco Cenni, ou Do outro lado do Atlântico (1989), de Ângelo Trento – mas isso ultrapassaria o limite que me foi dado.
No fim de tudo, fica o remorso, não apenas por ter excluído entre os autores do passado Oliveira Viana, Alcântara Machado, Fernando de Azevedo, Nestor Duarte e outros, mas também por não ter podido mencionar gente mais nova, como Raimundo Faoro, Celso Furtado, Fernando Novais, José Murilo de Carvalho, Evaldo Cabral de Melo etc. etc. etc. etc. 
* Artigo publicado na edição 41 da revista Teoria e Debate – em 30/09/2000
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Antonio Candido é sociólogo, crítico literário e ensaísta.
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