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quarta-feira, 23 de julho de 2014

Morreu na tarde desta quarta-feira, 23/7, aos 87 anos, o escritor e dramaturgo Ariano Suassuna.

Maior representante do teatro brasileiro ligado às raízes populares, em 1957 escreveu “O Auto da Compadecida”, uma de suas peças mais conhecidas. Criador do “Movimento Armorial”, voltado ao mapeamento e à valorização de formas populares de arte, também escreveu livros célebres, como o “Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta”, de 1971. Em 2012, o governo brasileiro escolheu o autor para ser indicado ao Prêmio Nobel de Literatura daquele ano.
Ao longo de 87 anos, Ariano soube como poucos revelar as nuances da cultura nordestina. Paraibano, fundou o Movimento Armorial nos anos 70, que tinha como objetivo utilizar a cultura popular para formar um arte erudita. A perda do escritor nos silencia, mas seus livros o eternizam na nossa memória. Em cada peça popular, em cada canto nordestino, Ariano Suassuna, reviverá.

Pensar que vai morrer prejudica a qualidade de vida, e eu sou um apaixonado pela vida"
Ariano Suassuna 

“O otimista é um tolo. O pessimista, um chato. Bom mesmo é ser um realista esperançoso.”
Ariano Suassuna
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Carreira
Nascido em João Pessoa (PB), em 16 de junho de 1927, o dramaturgo foi reverenciado pela crítica e pelo público em seus 87 anos de vida, ganhando o título de "Mestre" por seus fãs. Em 3 de agosto de 1989 foi declarado imortal pela ABL.

Entre suas obras, destacam-se a peça "Auto da Compadecida" (1955), que o projetou no cenário nacional e já foi adaptada para a televisão e o cinema, e "O Romance d'A Pedra do Reino" e o "Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta" (1971), também adaptado para TV na microssérie "A Pedra do Reino" (2007), da Globo.

Em entrevista à revista IstoÉ, publicada em 2007, às vésperas de completar 80 anos, o "Mestre" foi questionado se teria encontrado uma maneira de rir da morte. A resposta se tornou eterna: "Eu digo sempre que tenho duas armas para lutar contra o desespero, a tristeza e até a morte: o riso a cavalo e o galope do sonho. É com isso que enfrento essa dura e fascinante tarefa de viver".




sábado, 19 de julho de 2014

Educação em luto! Hoje nos deixou um grande educador e psicanalista: Rubem Alves.

Rubem Alves: "Aprendi pela minha recusa em aprender"


"Ah, a vida é bela! O mundo é belo! É por isso que toda despedida é triste. E é isto que eu sinto: que a morte é uma saudade sem remédio. (...) Cada um faz parte da maravilha do mundo. É preciso que você fique, para que a saudade seja, pelo menos, adiada.".


O escritor lembra os seus anos de escola e revela qual foi seu professor mais marcante


27/04/2011

Acho que foi Mark Twain que disse: "Nunca permiti que a escola interferisse na minha educação..." Fiquei a pensar: o que foi que a escola me ensinou? - pergunta que é diferente de uma outra, "o que aprendi na escola?".


Aprendi muito na escola "a despeito dela": ela foi apenas o espaço onde encontrei professores que me ensinaram a pensar. Aprendi pela minha recusa em aprender. Já ao fim da sua vida, Brunno Betelheim, falando de sua experiência com a escola, declarou: "Na escola os professores tentavam ensinar aquilo que eles queriam ensinar mas eu não queria aprender. Por isso não aprendi..." 



Lembro-me bem do jovem professor de literatura - disciplina pela qual eu nutria uma grande ogeriza. Ele nunca ensinou análise sintática, nem pediu que fizéssemos "fichamentos"e  nem fazia chamada. Éramos livres para deixar a sala, se quiséssemos. Mas ninguém deixava... Ninguém queria perder o prazer de vê-lo encarnar as grandes obras da literatura. 



Foi assim que a escola me ajudou: forçando-me a pensar ao contrário dos meus próprios pensamentos...































"Minha suspeita é de que as fontes da alegria se encontram na eternidade. Tem um profeta do Velho Testamento, Habacuque, que escreveu uma das orações mais lindas que conheço, e ela é linda por causa de uma única palavra: 'todavia'. Ele começa a oração descrevendo campos devastados, árvores frutíferas sem frutos, currais sem vacas ou ovelhas. De repente ele interrompe o rol de desgraças e diz: 'Todavia eu me alegrarei...' Não há razões para a alegria. Ela é uma fonte da eternidade que emerge no tempo"

"É isto que desejo deixar aos meus filhos como herança: a imagem da vela que queima na solidão silenciosa, sem se deixar perturbar pela loucura barulhenta e apressada dos homens de ação e sucesso; sob a luz da vela, no gozo da tranquilidade solitária, acordar o poeta que dorme em nós. O que não é garantia de felicidade. Mas é garantia de beleza e de serenidade. E que coisa mais pode alguém desejar receber como herança?".


(RUBEM ALVES, 1934-2014 - "Se eu pudesse viver minha vida novamente..." - Verus Editora, 24ª ed., 2012, Campinas/SP)

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DOCUMENTAÇÃO - 26.06.13: No Documentação desta semana, vamos acompanhar a vida e a obra do escritor, psicanalista, teólogo e educador Rubem Alves. Considerado um dos maiores pensadores contemporâneos da educação no Brasil, ele fala de seus sonhos, ideias e realizações na sua carreira no documentário "Rubem Alves -- O professor de espantos". A produção conta com a direção de Dulce Queiroz e é uma realização da TV Câmara.



sexta-feira, 18 de julho de 2014

João Ubaldo Ribeiro nos deixa... e vai fazer falta!


O escritor João Ubaldo Ribeiro, autor de obras como "A Casa dos Budas Ditosos" e "Sargento Getúlio", morreu na madrugada desta sexta-feira (18), aos 73 anos, vítima de embolia pulmonar. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da ABL (Academia Brasileira de Letras), onde ele ocupava a cadeira 34. Com mais 20 títulos publicados em 16 países, teve diversas obras adaptadas para o cinema, teatro e TV.
O velório, inicialmente marcado para as 10h, foi adiado para as 13h no Salão dos Poetas Românticos na sede da ABL, no Rio (av. Presidente Wilson, 203, Castelo), e será aberto ao público até as 19h. Depois será restrito a familiares e amigos. O corpo do escritor será enterrado no sábado no mausoléu da ABL, no cemitério São João Batista, também no Rio. O horário ainda não foi definido --a família aguarda a chegada de Manuela, filha do escritor, que mora na Alemanha e deve chegar ao Brasil na madrugada de sábado, por volta das 5h30.
O presidente da ABL, Gerado Holanda Cavalcanti, determinou cumprimento de luto por três dias e que a bandeira da Academia fosse hasteada a meio mastro. "É uma grande perda para a Academia, para o romance e o jornalismo nacionais. João Ubaldo Ribeiro deixa uma obra de excelência. Estamos todos muito chocados com a notícia", declarou Cavalcanti.
João Ubaldo, que também é pai do apresentador e ex-VJ da MTV Bento Ribeiro, passou mal em sua casa no Leblon, no Rio de Janeiro. Um funcionário do prédio onde o escritor morava há cerca de 20 anos disse ao programa GloboNews que, por volta das 3h da manhã, a família pediu por ajuda médica, mas que não houve tempo de prestar socorro. A morte do escritor foi declarada às 5h.



quinta-feira, 17 de julho de 2014

DRAMATURGIA DE NOVOS AUTORES [DNA]

Durante os meses de agosto a novembro de 2014, o Teatro Dulcina recebe o projeto DNA -  (Dramaturgia de Novos Autores). Coordenado pelo diretor e dramaturgo Fabiano de Freitas, o projeto traz nomes com destaque no teatro contemporâneo carioca que irão ministrar oficinas com os novos autores durante os quatro meses da ocupação Dulcinavista.

Público-alvo:
Dramaturgos, escritores, atores, diretores e demais interessados na prática da escrita dramatúrgica.

Oficinas:
Daniela Pereira de Carvalho > autora de espetáculos como “Tudo É Permitido” (2005), “Renato Russo – O Musical” (2006) e, mais recentemente, “Cowboy” (2012).
De 6 a 21 de agosto.
Articular o conceito forjado pelo teórico inglês Raymond Williams de “estrutura de sentimento” com alguns verbetes desenvolvidos por Jean-Pierre Sarrazac em seu Léxico e, a partir do aprofundamento de questões sugeridas por esse cruzamento de pensamentos sobre a escrita
teatral, desenvolver a estruturação de textos e/ou propostas de peças que os alunos apresentem.

Pedro Kosovski > autor de “Cara de Cavalo” (2012) e “Edypop” (2014).
De 27 de agosto a 11 de setembro.
Da solidão da escrita à composição de uma dramatORGIA. A oficina compartilhará com os participantes os procedimentos de criação dramatúrgica da Aquela Cia. de Teatro , com destaque aos dispositivos hipertextuais.

Walter Daguerre > autor de “Elefante” e “Jim” (2013).
De 17 de setembro a 2 de outubro.
A partir de sua experiência como dramaturgo e roteirista, Walter Daguerre criou um método de criação em que mescla técnicas para a escrita teatral e audiovisual. São sete etapas que vão da ideia ao texto propriamente dito e com as quais organiza e estrutura seu impulso criativo de forma a permitir que o autor esteja sempre acompanhando conscientemente o desenvolvimento de suas histórias.

Renata Mizrahi > autora de “Os Sapos” (2013) e o infantil “Coisas que a gente não vê” (2012).
De 8 a 23 de outubro.
Oficina prática que visa estimular a escrita dramatúrgica através de cenas curtas pautadas por temas contemporâneos, em diferentes gêneros. A proposta é, através de leituras de textos clássicos, discussão sobre a dramaturgia universal e exercícios  de dramaturgia em aula, cada aluno produzir cenas curtas, incentivando a reflexão sobre a estrutura clássica, motivação da personagem e a importância de diálogos criativos. O Objetivo é dar noções básicas de dramaturgia, afim de estimular e potencializar novos talentos.

Quartas e quintas, de 15:00 até 18:00h. Os participantes devem ter disponibilidade para participar do ciclo completo (4 meses).

Montagem:
Fabiano de Freitas > diretor e dramaturgo de “Feriado de Mim Mesmo”, diretor de “Pequenas Tragédias”, “Favela Rouge” e co-diretor de “O Médico e o Monstro”. De 29 de outubro a 27 de novembro.

Para se inscrever, os interessados devem preencher o fomulário abaixo seguindo as seguintes condições:

- Sinopse de um texto a partir da provocação: RIO À VAPOR + 1.
- Texto livre, de autoria própria, em qualquer linguagem  (com, no máximo, quatro laudas e mínimo de duas)

Inscrições até 28/07/2014. Resultado dia 30/07/2014.

14º FETO – Festival Estudantil de Teatro


Ao longo dos próximos meses, o 14º FETO – Festival Estudantil de Teatro começa a ganhar forma. As inscrições – de qualquer lugar do país – irão ajudar a apontar caminhos e possibilidades. E, se a cada edição, o festival consolida seu caráter nacional, cada vez mais ele também se apresenta como um grande fórum, capaz de jogar luz sobre o que está sendo construído e discutido sobre teatro hoje. É com convicção (e entusiasmo!) que dizemos “o futuro do teatro é agora”.

Especialmente nessa edição, buscaremos suscitar reflexões sobre o papel do festival como lugar de dissenso. Queremos ressaltar ainda mais nosso apreço a um espaço onde diferentes vozes, propostas, dramaturgias e linguagens cênicas, ideias e experiências coexistem. Porque, mais do que ter abrigado 231 espetáculos reunindo quase 60 mil espectadores, o FETO se orgulha de possibilitar esses encontros potentes, que produzem não exatamente embates, mas essencialmente diálogo e trocas enriquecedoras.

Sejam todos muito bem-vindos ao FETO 2014. Enviem suas inscrições. Venham construí-lo conosco.

O futuro do teatro é agora.

II Festival de Esquetes da Escola Técnica Estadual de Teatro Martins Penna - RJ


Rio de Janeiro ganha novo espaço cultural, o Teatro Alcione Araújo

Com capacidade para 310 pessoas, teatro será inaugurado nesta quarta




No coração do Rio de Janeiro, ao lado da Praça da República, está localizada a Biblioteca Parque Estadual. O espaço, situado no número 1261 da Avenida Presidente Vargas, tem em sua gênese a antiga Biblioteca Municipal do Rio de Janeiro, inaugurada por Dom Pedro II em 1974. Após algumas mudanças de endereço, a biblioteca ganhou um novo projeto na década de 80, idealizado pelo então vice-governador Darcy Ribeiro. A ideia era unir em apenas um lugar as diversas linguagens artísticas presentes na cidade. É dentro da construção, recentemente restaurada,  que será inaugurado na próxima quinta-feira o mais novo espaço de artes cênicas cariocas: o Teatro Alcione Araújo. 

– O teatro traz diversas possibilidades de linguagem, como dança, performance, radionovela ou drama. Isso permite uma possibilidade de leitura do mundo, de textos diferentes das palavras que estão apenas publicadas em um livro ou uma revista. Alcione Araújo propunha uma pedagogia da dramaturgia; segundo ele, o texto teatral era uma fonte viva para formar novos leitores – explica a diretora de conteúdo do Instituto Desenvolvimento e Gestão, OS que faz a gestão do Programa de Bibliotecas Parque do Rio de Janeiro, Marta Porto.

Com uma área total de 250m² e capacidade para até 310 pessoas, o Teatro Alcione Araújo possibilita diversas opções de apresentações – palco e plateia podem ser montados em formatos diferentes. Além disso, também conta com um equipamento de ponta para áudio, luz e projeção.
Cena da peça "Nem Mesmo Todo o Oceano", dirigida por Inez Viana (Foto: Divulgação)
Cena da peça 'Nem Mesmo Todo o Oceano', dirigida por
Inez Viana (Foto: Divulgação)
Para a abertura, uma programação em homenagem ao dramaturgo que dá nome ao espaço. A Cia OmondÉ apresenta o espetáculo “Nem Mesmo Todo o Oceano”, baseado em seu romance homônimo. Dirigido por Inez Viana, ele volta aos palcos no dia 17 de julho e faz duas semanas de temporada. Neste período, também será realizado um Ciclo de Leituras apresentado por nomes como o ator Julio Adrião, a escritora Regina Zappa e o presidente da Funarte Gutti Fraga.
Depois, o cronograma fica por conta de diretores convidados que realizarão uma residência de 18 meses. Um dos nomes cogitados é Michel Melamed.
– Todo o trabalho criativo destes diretores será documentado em audiovisual e impresso, que se tornarão parte do acervo da biblioteca, que hoje conta com mais de 250 mil itens. Qualquer pessoa que queira saber qual foi a leitura que o diretor teve sobre aquela montagem ou tenha curiosidade em descobrir os processos criativos por ele experimentados, vai ter acesso em um momento em que a cena cultural carioca necessita muito de novas experimentações – conclui.

Fonte: http://redeglobo.globo.com/globoteatro/reportagens/noticia/2014/07/rio-de-janeiro-ganha-novo-espaco-cultural-o-teatro-alcione-araujo.html

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Divulgando Programão da "Ocupação Glauce ComVida" Imperdível!!!

Vai começar a Ocupação Glauce ComVida e o espetáculo de estreia é Kabul do Grupo Amok Teatro. Dia 01 de agosto você tem um encontro marcado na abertura da Ocupação do Teatro Glauce Rocha.



Aos interessados em realizar os Workshops da ocupação glauce (com)vida, inclusive os do Amok Teatro, as inscrições estão sendo feitas através do email glaucecomvida@gmail.com. São 20 vagas para participantes e 05 ouvintes. São gratuitos.





domingo, 13 de julho de 2014

Copa do Mundo no Brasil, a sua (possibilidade de) reinvenção.


Espero que esse tenha sido o grande legado deixado pela Copa do Mundo no Brasil, a sua (possibilidade de) reinvenção.

13 de julho de 2014 às 20:49


A Argentina fazendo contra a Alemanha o que o Brasil não fez! 
Sistematicamente marcando e deixando sempre um na sobra. Será que o Sr Arrogante Felipão não pensou nisso? 

A Alemanha conceitualmente jogou da mesma maneira toda a Copa, mas parece que nosso técnico não estudou, não fez o dever de casa. 

A Alemanha em nenhum momento teve contra a Argentina o espaço e conforto que teve quando jogou contra a Seleção  Brasileira.

A Argentina perdeu,mas perdeu lutando, não permitindo ser subjugada. Sem tirar os méritos e competência da Seleção Alemã, se o Brasil tivesse lutado, ao invés de se esconder em “apagões”,poderia ter ganhado. Talvez tivéssemos perdido (faz parte do jogo), mas teríamos lutado! Sairíamos com a cabeça erguida... Como já disse o historiador Eric Hobsbawm, que "uma comunidade de milhões parece mais real quando concentrada num time de onze escolhidos". Nós não fomos escolhidos! Mas ser escolhido não é uma dádiva,e sim merecimento, conquista!

Fomos ao contrário, a representação do que existe hoje de pior no Brasil. Se a formação de base para jovens jogadores é ruim, ou inexistente, ela não é melhor que a formação dos nossos jovens na Educação Básica. Se a CBF se resume a um bando de “cartolas” interessados apenas em lucros financeiros, ela é apenas uma extensão do que hoje são nossas Assembleias Legislativas, nossas Câmaras, nosso Congresso. Mudar a Seleção Brasileira significa, antes de tudo, mudar o Brasil. Espero que esse tenha sido o grande legado deixado pela Copa do Mundo no Brasil, a sua (possibilidade de) reinvenção.

PS. "Sem essa, Aldo Rebele. Não tente tirar o seu da seringa, esquecendo que seu partido controla a distribuição de benesses - e empregos - na área esportiva - federal e estaduais- desde 2002. Mais compostura é o mínimo recomendável." M. Temer



Você continua achando que a Seleção Brasileira estar entre as quatro melhores do mundo é ruim?

12 de julho de 2014 às 20:29
Se você continua achando que o 4° lugar da Seleção Brasileira  conquistado na Copa é ruim para a Nação, veja a situação salarial dos nossos professores do Ensino Básico.


É o que mostra pesquisa feita em 40 países pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). A situação dos brasileiros só não é pior do que a dos professores do Peru e da Indonésia. 


Um brasileiro em início de carreira, segundo a pesquisa, recebe em média menos de US$ 5 mil por ano para dar aulas. Isso porque o valor foi calculado incluindo os professores da rede privada de ensino, que ganham bem mais do que os professores das escolas públicas.


Na Alemanha, um professor com a mesma experiência de um brasileiro, ganha, em média, US$ 30 mil por ano, mais de seis vezes a renda no Brasil. No topo da carreira e após mais de 15 anos de ensino, um professor brasileiro pode chegar a ganhar US$ 10 mil por ano. Em Portugal, o salário anual chega a US$ 50 mil, equivalente aos salários pagos aos suíços. Na Coréia, os professores primários ganham seis vezes o que ganha um brasileiro.


A OIT e a Unesco dizem que o Brasil é um dos países com o maior número de alunos por classe, o que prejudica o ensino. Segundo o estudo, existem mais de 29 alunos por professor no Brasil, enquanto na Dinamarca, por exemplo, a relação é de um para dez.


Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o salário médio do docente do ensino fundamental em início de carreira no Brasil é o terceiro mais baixo do mundo, no universo de 38 países desenvolvidos e em desenvolvimento.

A Seleção Brasileira vai muito bem, sim?

PS. Para os que acham, a pesar, que a seleção fracassou, resta o consolo de pensar que a mesma se igualou a nossa Educação e Saúde! rsrsrs :(



O Brasil perder para a Alemanha de 7 x 1 e talvez ficar em 4º lugar ao final da Copa é ruim?

10 de julho de 2014 às 01:06
O Brasil perder para a Alemanha de 7 x 1 e talvez ficar em 4º lugar ao final da Copa é ruim? 

Então o que você acha da derrota da seleção diante do ranking do país no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), no qual o Brasil é o 85º entre 106 países? 

Ou da classificação da educação mundial, feita pela Unesco, em que o Brasil ocupa o 88º lugar entre 127 países? 

E ainda diante da avaliação de estudantes feita pela Organização de Cooperação para o Desenvolvimento Econômico, em que o Brasil é 58º de 65 países? 

No futebol o Brasil está bem demais! Não acha?

...

Luciano Loureiro

"Quem deu a Israel o direito de negar todos os direitos?", Por Eduardo Galeano

O exército israelense, o mais moderno e sofisticado do mundo, sabe a quem mata. Não mata por engano. Mata por horror. As vítimas civis são chamadas de “danos colaterais”, segundo o dicionário de outras guerras imperiais. Em Gaza, de cada dez “danos colaterais”, três são crianças.



Por Eduardo Galeano

Para justificar-se, o terrorismo de estado fabrica terroristas: semeia ódio e colhe pretextos. Tudo indica que esta carnificina de Gaza, que segundo seus autores quer acabar com os terroristas, acabará por multiplicá-los.
Desde 1948, os palestinos vivem condenados à humilhação perpétua. Não podem nem respirar sem permissão. Perderam sua pátria, suas terras, sua água, sua liberdade, seu tudo. Nem sequer têm direito a eleger seus governantes. Quando votam em quem não devem votar são castigados. Gaza está sendo castigada. Converteu-se em uma armadilha sem saída, desde que o Hamas ganhou limpamente as eleições em 2006. Algo parecido havia ocorrido em 1932, quando o Partido Comunista triunfou nas eleições de El Salvador. Banhados em sangue, os salvadorenhos expiaram sua má conduta e, desde então, viveram submetidos a ditaduras militares. A democracia é um luxo que nem todos merecem.
São filhos da impotência os foguetes caseiros que os militantes do Hamas, encurralados em Gaza, disparam com desajeitada pontaria sobre as terras que foram palestinas e que a ocupação israelense usurpou. E o desespero, à margem da loucura suicida, é a mãe das bravatas que negam o direito à existência de Israel, gritos sem nenhuma eficácia, enquanto a muito eficaz guerra de extermínio está negando, há muitos anos, o direito à existência da Palestina.
Já resta pouca Palestina. Passo a passo, Israel está apagando-a do mapa. Os colonos invadem, e atrás deles os soldados vão corrigindo a fronteira. As balas sacralizam a pilhagem, em legítima defesa.
Não há guerra agressiva que não diga ser guerra defensiva. Hitler invadiu a Polônia para evitar que a Polônia invadisse a Alemanha. Bush invadiu o Iraque para evitar que o Iraque invadisse o mundo. Em cada uma de suas guerras defensivas, Israel devorou outro pedaço da Palestina, e os almoços seguem. O apetite devorador se justifica pelos títulos de propriedade que a Bíblia outorgou, pelos dois mil anos de perseguição que o povo judeu sofreu, e pelo pânico que geram os palestinos à espreita.
Israel é o país que jamais cumpre as recomendações nem as resoluções das Nações Unidas, que nunca acata as sentenças dos tribunais internacionais, que burla as leis internacionais, e é também o único país que legalizou a tortura de prisioneiros.
Quem lhe deu o direito de negar todos os direitos? De onde vem a impunidade com que Israel está executando a matança de Gaza? O governo espanhol não conseguiu bombardear impunemente ao País Basco para acabar com o ETA, nem o governo britânico pôde arrasar a Irlanda para liquidar o IRA. Por acaso a tragédia do Holocausto implica uma apólice de eterna impunidade? Ou essa luz verde provém da potência manda chuva que tem em Israel o mais incondicional de seus vassalos?
O exército israelense, o mais moderno e sofisticado mundo, sabe a quem mata. Não mata por engano. Mata por horror. As vítimas civis são chamadas de “danos colaterais”, segundo o dicionário de outras guerras imperiais. Em Gaza, de cada dez “danos colaterais”, três são crianças. E somam aos milhares os mutilados, vítimas da tecnologia do esquartejamento humano, que a indústria militar está ensaiando com êxito nesta operação de limpeza étnica.
E como sempre, sempre o mesmo: em Gaza, cem a um. Para cada cem palestinos mortos, um israelense. Gente perigosa, adverte outro bombardeio, a cargo dos meios massivos de manipulação, que nos convidam a crer que uma vida israelense vale tanto quanto cem vidas palestinas. E esses meios também nos convidam a acreditar que são humanitárias as duzentas bombas atômicas de Israel, e que uma potência nuclear chamada Irã foi a que aniquilou Hiroshima e Nagasaki.
A chamada “comunidade internacional”, existe? É algo mais que um clube de mercadores, banqueiros e guerreiros? É algo mais que o nome artístico que os Estados Unidos adotam quando fazem teatro?
Diante da tragédia de Gaza, a hipocrisia mundial se ilumina uma vez mais. Como sempre, a indiferença, os discursos vazios, as declarações ocas, as declamações altissonantes, as posturas ambíguas, rendem tributo à sagrada impunidade.
Diante da tragédia de Gaza, os países árabes lavam as mãos. Como sempre. E como sempre, os países europeus esfregam as mãos. A velha Europa, tão capaz de beleza e de perversidade, derrama alguma que outra lágrima, enquanto secretamente celebra esta jogada de mestre. Porque a caçada de judeus foi sempre um costume europeu, mas há meio século essa dívida histórica está sendo cobrada dos palestinas, que também são semitas e que nunca foram, nem são, antisemitas. Eles estão pagando, com sangue constante e sonoro, uma conta alheia.