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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Graciosidade e Estagnação - palestra com Hans-Ulrich Gumbrecht


Oficina de "Dança Afro-Brasileira" - gratuita



Centro Coreográfico RJ

Dia: 01 de setembro - Sábado

Horário: 15h às 17h

ATIVIDADE GRATUITA


Oficina destinada à profissionais e estudantes de dança e tem como referências a escola de Mercedes Batista e a dança moderna norte america de Lester Horton, dentre outras.

Professores:


Fábio Batista - Após iniciar sua carreira como bailarino com a Cia. Étnica de dança e teatro, participou como ouvinte e colaborador em workshops: Martha Graham Dance Company (EUA) no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Master Class of Mercy Cunighan, Talipo Dance and Theater (Ilha da Reunião) no Centro Cultural Banco do Brasil, David Parsons e Willian Forshyte (EUA) com a Cia. Étnica de dança e teatro. E, ainda, como coreógrafo atuou em produções internacionais tais como: “La féria en Águas Calientes” – México (2007), “Estremece Brasil” – Rússia (2008-2009), “Show Brasil Pandeiro” – Finlândia (2011).

Cláudia Martins (assistente) - Atuou como bailarina-intérprete na Cia. Étnica nas peças: "Cobertores", "Não se pode falar", "Clip-se" e "Enter". Atuou como atriz no cinema e em publicidade, atualmente é professora de dança na Vila Olímpica do Salgueiro.

Vagas: 50

DAS INSCRIÇÕES: As inscrições serão realizadas uma hora antes do ínicio da atividade por ordem de chegada.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Proposta do novo Plano de Carreira dos servidores da Faetec


SINDICATO REIVINDICA A CONTRATAÇÃO DE MIL CONCURSADOS PARA A FAETEC

A atualização do plano de carreira dos servidores da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), a contratação de, pelo menos, mil concursados e a realização de novos concursos. Essas foram as principais reivindicações apresentadas pelos representantes do Sindicato dos Profissionais de Educação da Faetec (Sindipefaetec) em audiência pública da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), nesta quarta-feira (22/08). Presidente do colegiado, o deputado Comte Bittencourt (PPS) considerou “justas” as queixas da categoria.


“Hoje, temos quase 50% do quadro da fundação em regime de contrato temporário, e isso é muito ruim para o projeto pedagógico. Desta forma, não se cria um vínculo, não se estabelece o comprometimento que a educação exige”, salientou o parlamentar. O coordenador do Sindipefaetec, Marcelo Costa, explicou que a fundação convocou os aprovados de acordo com as vagas contidas no edital. Porém, ainda de acordo com ele, o número de vagas já era insuficiente antes, devido à criação de mais duas unidades da fundação: uma em Bacaxá, em Saquarema, Região dos Lagos, e outra em Imbariê, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense.

“Temos uma carência de, pelo menos, mil profissionais, entre docentes e técnicos administrativos. Por isso, defendo a chamada dos aprovados no último concurso imediatamente”, alegou. Quanto ao Plano de Carreira dos Servidores, Costa explicou que 95% dos técnicos administrativos não são enquadrados nesse regime. “A atualização do plano é um anseio muito grande da categoria. A fundação cresceu ao longo desses 15 anos de existência e é necessário haver uma adaptação do que acontece com os servidores”, reforçou Costa.

No próximo dia 12 de setembro, a Comissão de Educação da Alerj vai realizar uma audiência pública que deverá contar com a presença do presidente da Faetec, Celso Pansera. O deputado Paulo Ramos (PDT) também participou da reunião.


Clique no vídeo e assista a reportagem!



(texto de Vanessa Schumacker)

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

6º FESTIVAL NACIONAL DE TEATRO DE JUIZ DE FORA






6º Festival Nacional de Teatro de JF: 
Inscrições para oficinas gratuitas e troca de ingressos para espetáculos começam nesta quarta 

       Serão abertas nesta quarta-feira, 29, as inscrições para as cinco oficinas gratuitas do 6º Festival Nacional de Teatro de Juiz de Fora. As vagas são limitadas e os interessados devem se inscrever no Setor de Expediente da Funalfa (Avenida Rio Branco 2.234 – Parque Halfeld – Centro), de segunda a sexta-feira, das 9h ao meio-dia e das 14h às 17h.

Também na quarta-feira, terá início a troca de ingressos para os espetáculos por livros de literatura em bom estado (um ingresso por livro) na portaria da Funalfa, entre 9h e 17h, de segunda-feira a domingo. Para quem optar por fazer a troca de ingressos no dia e local do espetáculo, haverá plantão uma hora antes de cada apresentação, conforme a disponibilidade de ingressos. Apenas montagens de rua, que acontecem em espaço aberto, não precisam de ingresso.

O 6º Festival Nacional de Teatro será realizado de 1º a 9 de setembro, apresentando 24 espetáculos – 15 na Mostra Competitiva, sete convidados e dois no Circuito Off. A programação também inclui uma Mostra de Curtas Performances e uma intervenção urbana. Realizado pela Funalfa, o festival tem como objetivo proporcionar encontro, reflexão, aprendizado e valorização da arte em sua linguagem teatral.

Na Mostra Competitiva haverá entrega de troféus em 11 itens nas categorias adulto e infantil: espetáculo, direção, ator, atriz, ator coadjuvante, atriz coadjuvante, cenário, figurino, júri popular, iluminação e trilha sonora. As propostas inscritas como Espetáculo de Rua também serão julgadas como categoria adulta ou infantil, de acordo com a natureza da montagem.  


:: Oficinas ::

- Contação de história - 20 vagas
Com: Tatiana Henrique – Grupo Okearô
Local: Museu Ferroviário
Dias e horários: 6 a 8 de setembro, das 8h às 11h
Resumo: A contação de histórias enquanto linguagem em que o corpo, a palavra e os estados emocionais precisam estar engajados e integrados.

- Poesia cênica - 20 vagas
Com: André Lemos – Grupo Okearô
Local: Museu Ferroviário
Dias e horários: 7 e 8 de setembro, das 8h às 11h
Resumo: A performance artística que celebra o encontro do teatro e da literatura poética, um tipo de manifestação que vem se popularizando nos tempos atuais.

- O ator-narrador: uma abordagem representativa para a construção da cena teatral - 20 vagas
Com: Luciano Loureiro
Local: Centro Cultural Dnar Rocha (CCDR)
Dias e horários: 5 a 8 de setembro, das 8h às 11h
Resumo: Reflexões sobre novos e possíveis tratamentos conceituais e interpretativos para a cena onde o corpo do ator será o centro da transformação.

- Com o pé no picadeiro - 20 vagas
Com: Lucas Santarosa e Neto Donegá – Grupo Zibaldoni
Local: Estação Cultural Estúdio de Dança Silvana Marques
Dias e horários: 5 a 8 de setembro, das 8h às 11h
Resumo: Iniciação ao universo das atividades circenses, mostrando as possibilidades de criação e evolução a partir das técnicas básicas da modalidade.

- Corpo, estado e criação no jogo do palhaço - 30 vagas
Com: Silvia Leblon – NaCompaniaDosAnjos
Local: Estação Cultural Estúdio de Dança Silvana Marques
Dias e horários: 5 a 8 de setembro, das 9h às 13h
Resumo: A oficina visa a treinar o corpo, descobrir e desenvolver estados de ser, reconhecer e ampliar os recursos pessoais para a cena, conhecer um pouco das regras do jogo.


:: Mostra Competitiva ::



Dia 5 de setembro – quarta-feira 

* 16h: “A farsa do advogado Pathelin” – Grupo Rosa dos Ventos –Parque Halfeld 
* 19h: “Filemon” – Rodrigo Vrech – Espaço Diversão & Arte
* 21h: “A igreja do Diabo” – Cia Teatral Boccaccione – Teatro Pró-Música


Dia 6 de setembro – quinta-feira 
* 11h – “Ubu Rei” – Cia Teatral Boccaccione – Parque do Museu Mariano Procópio
* 16h – “Parô! Palhaçada – Os Profiçççionais – Parque Halfeld
* 19h – “A nova roupa do imperador ou tecendo vento” – Cia. Teatral Confraria Tambor – Espaço Diversão & Arte
* 21h – “Ó o sol” – Os mininu do Bacuri – Centro Cultural Bernardo Mascarenhas


Dia 7 de setembro – sexta-feira 
* 11h – “Direções do céu” – Teatro Circense Andança – Parque do Museu Mariano Procópio
* 16h – “O conto da ilha desconhecida” – 6 Marias e Meia – Centro Cultural Bernardo Mascarenhas
* 19h – “O misterioso fim de Pâmela Sanches” – Cia. Balaco do Bacco – Teatro Academia
21h – “Orlando!” – Fantástica Companhia de Teatro – Teatro Pró-Música


Dia 8 de setembro – sábado 
* 11h – “Errar é Umano” – Cia. Sinequanon – Parque Halfeld
* 16h – “Os mendigos e o pato do imperador” – Cia. Perambulantes – Centro Cultural Bernardo Mascarenhas
* 19h – “O juiz de paz” – Fios Cia. Teatral – Teatro Academia
* 21h – “A carroça dos desejos” – A Carroça Cia. Teatral – Teatro Pró-Música


:: Espetáculos convidados ::



- “Homens” – Vira Produções Culturais – Adulto (Rio de Janeiro/RJ) – Cine-Theatro Central, dia 1°, às 20h


“O que fazem as meninas quando desabrocham” – Grupo Okearô de Teatro Independente – Adulto (Rio de Janeiro/RJ) – CCBM, dia 2, às 20h

“Sinfonia sonho” – Teatro Inominável – Adulto (Rio de Janeiro/RJ) – CCBM, dia 3, às 20h

“Cabeça de vento” – Pandorga Companhia de Teatro – Infantil (Rio de Janeiro/RJ) – Pró-Música, dia 4, às 15h

“A mulher sem pecado” – Cia. Arlecchino de Teatro – Adulto (Belo Horizonte/MG) – Cine-Theatro Central, dia 4, às 20h

“Gran Circo Internazionale e a saga dos heróis desconhecidos” – Grupo Zibaldoni – Infantil (Ribeirão Preto/SP) – CCBM, dia 9, às 16h

“Mulheres da Rua 23” – Cia de Teatro Autoral – Adulto (Rio de Janeiro/RJ) – Cine-Theatro Central, dia 9, às 20h


:: Circuito Off ::

“O longo caminho que vai de Zero a Ene” – Espaço Mezcla, dia 2, 23h


“O cego e o louco” – Museu Ferroviário – Estação Arte, dias 3 e 4, 23h


* Informações com a Assessoria de Comunicação da Funalfa: 3690-704

sábado, 25 de agosto de 2012

Caio Blat desabafa sobre a farsa das "promoções culturais" na Globo


25 de agosto é dia de homenagear o santo padroeiro dos profissionais do palco: São Genésio.


Oh, São Genésio!

São Genésio
Resguarde os pseudo-doutores,
Bardos, os interpretadores
E também as aves dos trapézios.
Oh, São Genésio!

Na última sexta-feira (19), os atores e atrizes comemoraram sua data especial. Hoje, 25 de agosto, é dia de homenagear o santo padroeiro desses profissionais do palco e também dos músicos: o São Genésio.

Diz-se que Genésio de Roma era um comediante que viveu na segunda metade do século III e início do IV. Líder de um grupo de teatro, certa vez teria apresentado uma peça ao imperador Diocleciano, um dos maiores perseguidores dos cristãos.

Embora o objetivo da encenação fosse justamente ridicularizar os ritos católicos, o governante não se sentiu satisfeito. E, alegando que a atuação havia sido muito realista em uma cena do sacramento do batismo, ordenou que o ator fosse torturado e decapitado.

Há, ainda, outras versões sobre da história, como a de que ele teria se convertido ao cristianismo durante a interpretação e se recusado a ceder às ordens do imperador.

Apesar de sua existência ser alvo de discussões, é possível que Genésio tenha sido enterrado em um cemitério na Via Tiburtina, uma antiga estrada romana. Já seus pertences estariam divididos entre as igrejas San Giovanni della Pigna e Santa Susanna di Termini e a capela de São Lourenço, ambas na Itália.

A despeito da falta de evidências que comprovem sua vida, Genésio foi venerado no século IV, quando teve uma igreja construída em sua memória, que foi reformada pelo papa Gregório III, em 741 d.C.

A lenda diz que Genésio não tinha nenhuma ligação com a igreja católica e, até hoje, não se sabe quais milagres defenderiam sua canonização. Entretanto, independentemente de como Genésio tenha se convertido ao cristianismo, ele morreu como um mártir e se tornou patrono dos santos para os atores e músicos.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

A geometria a serviço da emoção por Jacques Lecoq



Tradução feita por Tiche Vianna, com finalidade didática.

O meu encontro com Amleto Sartori

Cheguei em Padova em 1948 para ensinar movimento e improvisação aos atores de teatro Universitário daquela região. Este grupo de jovens profissionais foi uma das companhias piloto da Itália do após guerra, trazendo à luz, obras de Brecht e de Ruzante representando “A exceção é a Regra” e “La Moscheta”. Com esta troupe, pude elaborar um mimo aberto ao teatro, diverso daquele formal e estético que na França, estava fechado em um verdadeiro gueto e desenvolver o uso da máscara silenciosa e falante. Minha experiência com a máscara teve início em 1945 com a Companhia dos Comédiens de Grenoble, dirigida por Jean Dasté, primeira experiência de descentralização dramática na França. Tínhamos preparado uma figuração mímica intitulada “L’Esodo” que reevocava o drama dos camponeses obrigados a abandonarem suas aldeias e escapar pela estrada, na tentativa de fugir do invasor. A guerra havia terminado há pouco e todos sentíamos ainda fortemente estes problemas. Este espetáculo foi representado também nas aldeias das montanhas onde o público nunca tinha visto uma representação teatral, mas aceitou sem problemas a convenção da máscara, a representação silenciosa e as várias metamorfoses às quais nos submetíamos, transformando-nos, de quando em quando, em camponeses, animais, multidão.

Naquele período utilizávamos uma máscara que até então chamávamos “máscara nobre”, mas em seguida preferi defini-la como “máscara neutra”. Esta máscara era derivada das experiências feitas na escola de Vieux-Colombier de Jacques Copeau, de quem Jean Dasté foi aluno e continuador. Esta máscara privada de expressões particulares, de aspecto vagamente orientalizado (Copeau era fascinado pelo teatro Nô), representava tudo o que homens e mulheres têm em comum, mesmo se a máscara utilizada pelos homens era diversa daquela destinada às mulheres.

Chegando em Padova, quis naturalmente continuar aquela experiência com a máscara que tinha me influenciado profundamente, fazendo com que cada ator construísse sua própria máscara neutra. Precisei encontrar alguém que pudesse nos ajudar neste campo. Gianfranco De Bosio, diretor da companhia, conhecia um escultor que tinha trabalhado para um espetáculo sobre a poesia negra e que tinha realizado algumas máscaras para aquela ocasião, em madeira esculpida, simbolizando grandes rostos negros. Estas máscaras não tinham sido feitas para serem usadas, mas como elementos decorativos dos atores que, colocando-as ao lado, plantadas sobre um bastão, criavam um espetáculo significativo e apropriado à leitura poética. Acontece desta maneira meu encontro com Amleto Sartori. Nos encontramos sobre um tablado de 5 metros de altura, ao longo do muro lateral do célebre Caffé Pedrocchi, onde Amleto estava terminando um novo afresco que substituía um antigo, completamente destruído. Usava um chapéu de jornal na forma de barquinho e uma blusa manchada de gesso. Artista e artesão no espaço aberto de sua cidade.

Expliquei-lhe o projeto e ele nos levou, com entusiasmo, ao seu laboratório na escola Selvatico. Toda a companhia se pôs a trabalhar: cada um procurava a máscara neutra sob o olhar curioso de Amleto. Preparamos a terra, depois o gesso e enfim, a cola e o papel, seguindo a técnica que Jean Dasté tinha me ensinado. (...) Eu respeitava escrupulosamente este rito. A coisa mais difícil era, de qualquer maneira, a modelação da terra para a máscara neutra. O resultado não foi muito satisfatório. As máscaras neutras, de neutro, tinham somente o nome (...) colocadas sobre os nossos rostos, impediam as emoções. Sartori observava nossos esforços com muito respeito e um pouco de compaixão. E então, quando chegou o dia de ir para a cena representar minha primeira pantomima mascarada, “Porto di Mare”, inspirada no porto de Chioggia, Amleto decidiu com autoridade e competência que as máscaras seriam feitas por ele, as nossas eram feias demais. Ninguém permitiu se opor à sua decisão, eu não esperava outra coisa, tínhamos tirado de nós mesmos um grande peso. Assim, com as máscaras neutras em papel machê, teve início, para Sartori, a sua aventura com as máscaras e para mim, a história de uma longa colaboração e de uma grande amizade.

Em 1951 saí de Padova e fui para Milão a pedido de Giorgio Strehler e Paolo Grassi, para fundar a Escola do Piccolo Teatro e dirigir o coro de “Electra” de Sófocles no Teatro Olímpico de Vicenza.

Foi em um café, ao lado do teatro desta cidade, em um dia de sol e sob a sombra das pedras, que apresentei Sartori à Strehler, a propósito das máscaras que, até então, Amleto tinha realizado. O Piccolo Teatro já tinha apresentado “Arlecchino Servitore di due Padroni”, de Goldoni com sucesso que todos conhecemos. Marcello MorettiArlecchino genial, que marcou este papel com sua personalidade inventiva, ainda não usava a máscara, preferia utilizar uma maquiagem preta que desse a ilusão da máscara, sem incomodar suas evoluções. Os outros personagens tipificados,Pantalone, Brighella e o Dottore, usavam máscaras de papelão de pouca qualidade.

Sartori, sempre arrojado, propôs à Strehler experimentar a confecção das máscaras em couro para este espetáculo, remetendo-se á tradição das máscaras da Commedia Dell’Arte. As promessas foram mantidas. Amleto nunca tinha trabalhado com couro até aquele momento. Lembro-me de tê-lo acompanhado ao Museu da Ópera, em Paris, para que visse as antigas máscaras dos Zanni (antepassado de Arlecchino). Ele as observou bem de perto para ver como eram construídas. Pouco tempo depois, a primeira máscara em couro de Arlecchino tomava forma. Tentei experimentá-la e torná-la viva mas, em vão. Não funcionava. A vitrine de exposição não servia para mantê-la viva. Ainda conservo esta máscara em minha casa, pendurada na parede de meu estúdio, o que é um destino muito triste para uma máscara. Uma máscara pode ser tecnicamente bem feita, bela de se ver, mas impossível de se utilizar. É preciso que sua forma encontre vida graças ao corpo e ao movimento do ator. Não pode exprimir tudo sozinha, precisa ser colocada em movimento. Sartori convidou Moretti a ir ao seu laboratório em Padova, várias vezes e, pouco a pouco, trabalhando juntos, a máscara de Arlecchino-Moretti tomou vida. Antes de iniciar a realização de uma máscara, Amleto estudava a obra teatral, procurava entender o papel, conhecia o ator que deveria vestir a máscara, procurava colher o "tipo" de representação e as capacidades da pessoa. Encontrou um couro macio e resistente. Tratou este material de modo que não se deformasse em contato com o suor do ator. Procurava continuamente melhorias.

Um dia decidiu fazer-me uma máscara neutra em couro. Levou muito tempo, fez inúmeras provas, ele media meu rosto e eu ia experimentá-la em seu laboratório. Estava de tal forma grudada em minha pele, que eu não conseguia trabalhá-la. O couro era macio demais e foi preciso fazer uma outra com um tipo de couro mais sólido. Aprendi, desta maneira, que deve existir uma distância entre a máscara e o rosto, para poder utilizá-la. (...)

Somente aqueles que vestem uma máscara podem conhecer a emoção que esta contém dentro de si e quão profundamente nos toca. É como possuir um segredo muito difícil de revelar.

Amleto fez em seguida, várias máscaras expressivas inspirando-se particularmente nos velhos professores da Universidade de Padova e nos homens políticos daquela época. Encontrava naqueles rostos, em vários níveis, um amálgama de paixões que o colocavam em um estado de alegre provocação criativa.

Retornei à Paris em 1956 para fundar a minha escola de teatro, trazendo comigo toda a série básica de máscaras de Commedia Dell’Arte, presente de Amleto, pela minha partida da Itália. Estas máscaras serviriam em seguida, de modelos a numerosos novos criadores de máscaras na França e no exterior, e teriam inspirado numerosos espetáculos aos meus alunos. Elas nos ajudavam a compreender uma Commedia Dell’Arte mais próxima aRuzante, que a Goldoni, mais imediatamente inspirada à multidão que se amontoa nos mercados de Padova, do que à reconstrução pseudo-histórica de uma “italianidade” de museu. Commedia onde o homem que deve sobreviver, grita seus medos, sua miséria, sua fome, os seus amores e se “arranja” em uma hierarquia social onde não existe mais revolta, com um sentido trágico do irrisório que descobre as debilidades humanas. Commedia Dell’Arte, deixa aqui a Itália para tornar-se comédia humana e conquista, assim, seu verdadeiro significado.

Depois do meu período italiano, prossegui as experiências com as máscaras, trabalhando paralelamente também com o espaço: era o próprio espaço o que seria diretamente colocado em jogo. Estas experiências me conduziram à utilizar as máscaras larvárias, rostos muito simples que apresentam um caráter preciso das formas cortantes, pungentes, comprimidas...que funcionam como instrumento e reinvocam as fisionomias animais.

E então foram as “arquiteturas portáteis” (iniciadas com os arquitetos da Escola Nacional Superior de Belas Artes, em 1969), grandes estruturas em madeira, metal ou material plástico, conduzidas com os braços e manobradas pelo espaço como um veículo dinâmico provido a motor. Estes objetos se movem em uma representação abstrata sem que se refiram a qualquer figuração humana. Eles derivam das sensações físicas percebidas pelo corpo mímico no jogo das paixões (medo, ciúme, raiva...).




“LA GEOMETRIA AL SERVIZIO DELL’EMOZIONE”
Jacques Lecoq
in “Arte Della Maschera Nella Commedia Dell’Arte”, La casa Usher. Firenze, 1984.
  

Filemon, com Rodrigo Vrech Reestreia!

Neste final de semana na sede da Cia. Pequod. 



Dias 4 e 5 de julho no Sobrado 70


terça-feira, 21 de agosto de 2012

"HOLOCLOWNSTO"


LONDON FESTIVAL CASA 2012 - Latin American Theatre Festival UK.

De 6 a 17 de Setembro de 2012

Não é só nos esportes que o Brasil está marcando presença em Londres! A Troupp Pas D’argent , companhia teatral carioca, desembarcará no mês de
setembro em solo inglês para apresentar o seu repertório de espetáculos no Festival de Teatro Latino Americano CASA 2012, cuja proposta é popularizar e difundir a arte latino-americana no Reino Unido.

Faltando apenas algumas semanas para viagem, a Troupp Pas D’argent , que a poucos dias encerrou uma circulação de 5 meses com seu espetáculo “Holoclownsto” por 17 cidades de São Paulo, entra em cartaz de 3 a 26 de agosto no Centro Cultural da Justiça Federal localizado no Rio de Janeiro.

Marcela Rodrigues, autora e diretora do grupo, aponta o sucesso da companhia fora do Brasil: “(...)esse ritmo acelerado de viagens e apresentações já fazem parte do dia a dia da Troupp Pas D’argent, mas confesso estar muito feliz de ver crescer cada vez mais o reconhecimento do nosso trabalho no exterior e principalmente estarmos contribuindo para universalização da arte e fortalecimento da cultura brasileira lá fora( ...)”.

Vale ressaltar que esta Troupp de jovens artistas, traz em seu currículo apresentações de norte a sul do pais , mais de 50 prêmios, além da indicação ao Prêmio Shell-RJ 2008 pela pesquisa de movimento do seu primeiro espetáculo “Cidade das Donzelas”, uma turnê no Chile e apresentações na Itália (Nápoles e Gênova) , onde recebeu o prêmio europeu Compasso Di Argento. Desta vez, estará em Londres, no Festival Latino americano de Teatro CASA 2012, e orgulhosamente representará mais uma vez o nosso pais. É a Troupp Pas D’argent mostrando ao mundo seu talento e dando o que falar.

Sobre as Peças:

“Holoclownsto”, traz à cena, seis palhaços enclausurados, em plena guerra, no último vagão de um trem que segue rumo ao desconhecido. Mesmo diante do horror, da intolerância e do medo, o clown vê o universo das guerras de forma poética, confirma sua natureza dócil, a pureza de espírito, encara a vida com bom-humor e sensibilidade. Eles são cativos, passageiros involuntários de um comboio que segue numa viagem rumo à insondável alma humana, mas sua alegria nada nem ninguém pode aprisionar.

“Cidade das Donzelas” retrata com humor um Sertão cheio de mistério e poesia, com tipos bem brasileiros e burlescos. Dentro da obra, pode-se enxergar um arsenal artístico das mais variadas vertentes. O Texto tem influência da Literatura de Cordel, a Cenografia é inspirada nas pinturas nordestinas “Os Retirantes” de Candido Portinari, os Figurinos e Adereços têm referência de cores e materiais do artesanato sertanejo, a Linguagem Corporal é inspirada no Teatro de Mamulengo e no circo, as Coreografias são baseadas nos folguedos e danças populares, a Trilha Sonora, tocada ao vivo, foi composta após uma grande pesquisa de ritmos e sons oriundos do nordeste brasileiro.

1001 discos pra se ouvir antes de morrer!


sexta-feira, 17 de agosto de 2012

SESI Cultural abre inscrições para Edital 2013


O Sistema FIRJAN, por meio do SESI Cultural, está com inscrições abertas até o dia 28 de setembro para seleção de projetos culturais, nas modalidades teatro, dança, música e poesia pelo Edital SESI Cultural 2013.
Trata-se de uma oportunidade para artistas e companhias participarem da programação SESI Cultural 2013. Os interessados podem se inscrever em quatro categorias: Talentos locais - música, Circuito - talentos regionais, Circuito – Teatro (Adulto e Infantil) e Temporada - Teatro SESI Centro (confira os editais e mais informações abaixo).
Voltado para todas as manifestações artísticas, o SESI Cultural atua como vetor importante na valorização da identidade nacional, mostrando à sociedade que o acesso à arte gera transformação por meio da diversão.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro - OFICINAS TRANS-FORMES COM JEAN-JACQUES SANCHEZ




OFICINAS TRANS-FORMES COM JEAN-JACQUES SANCHEZ

Dias: 14 a 17 de agosto de 2012

Horário: 18h às 21h

Gratuito

Vagas preenchidas - Inscrições Encerradas

Esta proposta é para explorar a idéia da transformação: a mudança de uma forma para outra e de uma imagem a outra imagem. A transformação não é apenas o espetáculo objetivo de um trajeto, de uma mutação em tempo real, ela existe a partir de nossa subjetividade e de nossa maneira de ver o mundo. Refere-se aos olhos dos outros sobre nós nossa tentação à transformação, a mudar a nossa imagem, nossa plasticidade e condição. A transformação é o resultado do deslocamento de nossas idéias, nossos pontos de vista, nossas referências sócioculturais. Vamos trabalhar em seqüências improvisadas e com ferramentas e técnicas relacionadas ao uso do tempo para a construção do espaço pelo jogo de presenças e interações. Vamos compartilhar nossos pensamentos e experiências.


WORKSHOP DE PRODUÇÃO CULTURAL EM DANÇA – OS DOIS COMPANHIA DE DANÇA

Dias: 14 de agosto de 2012

Horário: 18h30

Gratuito

Vagas : 20 vagas

Vagas preenchidas - Inscrições Encerradas

Oficina de iniciação a produção cultural em dança, ministrada por Paula Mori e Roxane Oliveira.



 .espetáculo da semana


I ENCONTRO CURIÔS – REDE DE NOV@S COREOGRÁF@S NEGR@S EM DANÇA CONTEMPORÂNEA

Dias: 16 a 19 de agosto

Horário: quinta, sexta e sábado às 20h, e domingo às 18h

Preço: R$ 1,00 (Espetáculo)
A Rede de Nov@s Coreógraf@s Negr@s em Dança Contemporânea tem o objetivo de discutir as questões referentes aos processos de visibilidade e invisibilidade, às descriminações e estereótipos raciais, diferenças históricas e ocupação dos espaços.
Classificação: livre


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Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro
Rua José Higino, 115 – Tijuca – Cep: 20520-201
Tel.: 3238-0357 / 3238-0601
Descrição: https://mail.google.com/mail/images/cleardot.gif