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quarta-feira, 17 de abril de 2019

A ascensão do conservadorismo nas eleições de 2018


Nesta última eleição vários chamados “caciques da política” não conseguiram suas pretendidas reeleições. Antes de isso ser um alento, é sempre bom lembrar que os novos a ocupar esses cargos não necessariamente vão optar pela renovação dos ideários políticos, ou se vincular as novas demandas de uma sociedade cada vez mais plural. Para melhor exemplificar estes fatos, basta observarmos que as mudanças no quadro de candidatos eleitos, entre outros fatores, estão atreladas fortemente a presença de narrativas de orientação política conservadoras. Aqui no estado do Rio de Janeiro, por exemplo, a ascensão meteórica do candidato Wilson Witzel, pelo PSC, nesta última eleição. Witzel que, durante todo o período do pleito, ocupava as últimas colocações entre os candidatos ao governo do estado do Rio de Janeiro, sempre oscilando entre modestos 1% ou 2% das intenções de voto, conquista, nos últimos dias antes da eleição de primeiro turno, 42% dos votos válidos, sendo esse percentual representativo de mais de três milhões de eleitores, através de transferência de votos orientadas por igrejas neopentecostais, como a Universal e Assembleia de Deus e que acabaram por fazê-lo lograr o governo do estado ao final do segundo turno. Essa façanha pode se explicar se levarmos em conta, entre outros fatores, que aqui no estado do Rio de Janeiro, durante os anos noventa do século passado, o índice de eleitores pertencentes a essas igrejas não passava de 9% e agora atingem algo próximo de 27%.  Eleitorado esse, hoje, bastante articulado com o grupo político de Bolsonaro e eficaz na utilização das múltiplas plataformas socias.
A ascensão, nesta última eleição, de Witzel e de Bolsonaro à presidência da República (enquanto fenômenos eleitorais), e defensores de um discurso conservador, vem com a constatação que boa parte da sociedade reconhece a deterioração do sistema político aliada, ao que tudo parece, a impossibilidade de uma autocrítica de partidos vinculados a ideários socias democratas e sobre erros cometidos ao combater o conservadorismo extremista propondo novas e originais soluções, principalmente na área de segurança pública, mas também em educação, saúde, emprego e meio ambiente. Ainda, por que não dizer, a recusa em constituir-se um amplo e contundente debate sobre valores morais e éticos, fundamentalmente, em áreas onde vivem pessoas com menor poderio econômico.
Reconhecer que Bolsonaro, Witzel, entre tantos outros, que se elegeram, não apenas no Executivo, mas substancialmente no Legislativo, com outsiders, “valentões” agressivos, capazes de enfrentar o “mal” produzido pelas esquerdas “marxistas” e superar as dificuldades presentes também deveria se reconhecer que esses mesmos não mencionam, e nem possuem, qualquer plano político inovador para dar conta de fatos e acontecimentos emergentes e urgentes para a sociedade.
Ao final, o que nos restará será a manutenção da “velha política”. Velhos hábitos sendo recuperados. Provavelmente essa também será uma demanda difícil de ser conseguida, visto que nenhum partido conseguiu ampla maioria em seus estados e nem o Presidente da República terá no Congresso Nacional. E para se conquistar uma coalizão pretendida como, por exemplo, a constituída entre os anos de 1964 e 1985, seria necessário para Bolsonaro ter maioria na Câmara e no Senado. Assim, o mais plausível seja o recuo de Bolsonaro distribuindo, contra suas narrativas durante a campanha, cargos e ministérios aos “aliados” do momento para a conquista necessária para a mesma. Afinal, para o congresso, nada é de graça! Ocupar cargos em ministérios constituiu-se na política brasileira instrumento essencial para os partidos, com o empoderamento de suas lideranças. O problema que se faz aqui, como bem podemos observar no comportamento de gerações passadas, é que o fisiologismo político implantado nos partidos possui ventos muito mais favoráveis as suas próprias necessidades políticas de sobrevivência do que as necessidades da nação. Em outras palavras, o clientelismo se sobrepões a efetivas políticas socias, administrativas e econômicas que poderiam nos elevar a outros patamares desenvolvimentistas.   
A questão é, como contrapor toda essa ordem de conservadorismo que nos assola e mirra com nossa democracia ainda adolescente? Talvez devamos principiar em enfrentar, de forma clara e crítica, que há um oceano de distância entre aquilo que podemos chamar de legalidade para aquilo que definimos como legitimidade. Reivindicar nossa democracia através da denúncia e do confronto de ideias, apontando essa nefasta ilegalidade disfarçada, sorrateira, existente em nossa república.

Luciano Loureiro
2019

#Resistência



sábado, 13 de abril de 2019

Concurso UEA AM 2019: Professor de Artes Cênicas

No Estado de Amazonas, a Universidade do Estado (UEA) divulgou edital para as disciplinas de: Ensino da Dança (1), Ensino do Teatro/ Direção Teatral (1)

Inscrição e Provas UEA AM 2019: Professor

Os interessados em concorrer a uma das vagas poderão se inscrever entre o período de 17 de abril (09h) até as 17h do dia 17 de maio de 2019, no site oficial da banca organizadora UEA (www.uea.edu.br). 

concurso UEA AM consistirá em prova escrita, prova de títulos e prova didática. As avaliações serão aplicadas em dia, hora e locais a serem informados via Universidade. O concurso público é válido por 24 meses, a contar da data de homologação do resultado final, prazo este que poderá ser prorrogado uma vez, por igual período.