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sábado, 1 de dezembro de 2018

Bolsonaro, errático e caótico

A incompetência de Jair Bolsonaro fica evidente quando revela um método de atuação caótico e pouco previsível. São dezenas de recuos que vão desde o anúncio errático de ministros e declarações desencontradas sobre sua política econômica, até o afastamento de um de seus filhos de sua equipe. Exemplo de como nos últimos dias em pouco mais de 30 horas, Bolsonaro ventilou três nomes para chefiar o Ministério da Educação. Primeiro Mozart Neves Ramos, diretor do Instituto Ayrton Senna, era dado como certo para o posto. A bancada evangélica, porém, reagiu... Achava-o por demais moderado, sem se alinhar ao projeto Escola sem Partido, enquadrou Bolsonaro e o fez rever a escolha. Assim, no dia seguinte, quase que para ganhar tempo e agradar aliados como o pastor Silas Malafaia, Bolsonaro disse que o procurador evangélico Guilherme Schelb era cotado para o MEC. Entretanto, horas depois, cravava, via rede social, o nome do colombiano Ricardo Vélez Rodríguez no comando do ministério. Foi além, prometeu, durante sua campanha reduzir de 29 para 15 os ministérios da Esplanada, sair da ONU e do Acordo de Paris (de combate às mudanças climáticas) e aumentar de 11 para 21 o número de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Descartou votar o projeto de reforma da Previdência apresentado por Michel Temer no fim de 2016. Parece que não vai cumprir nada do que prometeu. Agora, poderá ter até 20 pastas na Esplanada, afirma que cometeu "ato falho" ao se pronunciar sobre a ONU, fingiu não ter dito nada sobre os ministros do Supremo e falou até em aprovar "alguma coisa" das mudanças na aposentadoria em discussão na Câmara. Junções ministeriais, como Meio Ambiente com Agricultura, Justiça com CGU (Controladoria-Geral da União) e o fim do Ministério do Trabalho são mais exemplos de revisões do novo governo. Até mesmo os generais viram promessas sendo desfeitas e os pretendidos cargos indo para o colo de outros.#Resistencia