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sexta-feira, 29 de julho de 2011

Em Busca do Edital Perfeito


Ana Paula Galv�o

Você que é artista, e procura auxílio para colocar seus sonhos e projetos em prática, pode inscrever seus projetos em vários editais abertos no momento. Mas qual o primeiro passo? Conheça, nesta matéria, os editais abertos em São Paulo e, de quebra, leia algumas dicas básicas da gestora cultural Ana Paula Galvão, que também é orientadora dos cursos Produção Cultural e Gestão de Projetos Cênicos oferecidos pela SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco.

De Olho no Perfil do Edital e do Projeto

Antes de o artista se debruçar sobre a tarefa de inscrever seus projetos nos editais, deve, primeiramente, entender a natureza de cada um, explica Ana Paula. “Existem os editais que têm a função de distribuir equanimente a verba pública a grupos artísticos de acordo com o interesse público. Neste caso, podemos citar a Lei do Fomento, que tem o objetivo de contribuir com os grupos de pesquisa e repertório. Logo, se o grupo cênico não tem em sua dinâmica a prática da pesquisa, nem está interessado na formação de um repertório, não vale a pena dedicar esforços para inscrever-se.”

Por outro lado, a orientadora revela que há editais que são abertos pelo setor privado com o intuito de dar transparência ao uso da verba pública. “Neste caso, os interesses são estritamente de comunicação e, portanto, comerciais. Assim, cada empresa vai adotar um perfil de projeto a ser patrocinado e é possível que um projeto que não se enquadre na política cultural de interesse público, como citado acima, tenha sucesso”, revela.

Outra ação importante no momento de inscrever um projeto artístico em editais é entender a política adotada tanto pelo setor privado quanto pelo setor público e, sobretudo, acompanhar o histórico dos projetos beneficiados. “Se uma empresa nunca patrocinou uma comédia, dificilmente irá mudar isso de um edital para outro. Da mesma maneira, se uma Secretaria Estadual ou Municipal de Cultura nunca apoiou espetáculos pontuais, levados a cabo por produtores e não por companhias teatrais, raramente irá apoiar iniciativa com este perfil”, elucida Ana Paula.

“Para tornar esse processo menos atabalhoado, a cada nova edição, convém aos gestores e produtores, criarem um banco de dados somente com editais e que contemple informações como data de abertura e encerramento, valores concedidos, documentação solicitada, contatos, projetos contemplados, enfim, tudo o que possa dar suporte para o sucesso na propositura”, destaca a orientadora.

Para encerrar, Ana Paula comenta que acredita ser muito importante que os artistas, gestores e produtores tenham nos editais mais uma fonte de recursos mas não a única nem a última. “Não vale a pena pensar em projetos para os editais. Nenhum trabalho artístico deve ser pautado pelas exigências dos editais. Se temos condições de atendê-las com o nosso projeto, tudo bem. Do contrário, o malabarismo para se adequar seguramente será compensado com a não contemplação, uma vez que pode deixar o trabalho artificial e sem liga. Não devemos nos esquecer jamais que a única relação que deve pautar o trabalho artístico é a relação artista/público/plateia. O resto, é conseqüência”, conclui.


Fonte: SP Escola de Teatro

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