Até o próximo dia 28 de novembro, Recife vai sediar a 14ª edição do Festival de Teatro
Nacional, que conta com mais de 30 apresentações de grupos de todo o Brasil em seis
teatros da cidade. A maratona, também, pode ser uma boa oportunidade para conhecer um pouco mais sobre as artes cênicas do Recife. Neste roteiro, propomos um passeio pela cidade através de seus históricos palcos teatrais.
Teatro Santa Isabel
É o maior dos teatros municipais, e por muitos, considerado o mais bonito. Inaugurado em 18 de maio de 1850 - depois de dez anos de obra - foi responsável por inserir a então província de Pernambuco numa nova fase cultural. Idealizado pelo Barão da Boa Vista, Francisco do Rego Barros, teve o projeto dirigido pelo engenheiro francês Louis Léger Vauthier, que inovou na época, não utilizando o trabalho escravo na construção de arquitetura neoclássica. Pelo teatro, que recebeu este nome numa tentativa de homenagear a Princesa Isabel,passaram personalidades históricas como Dom Pedro II, Castro Alves, Procópio Ferreira e o compositor Carlos Gomes. Tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), hoje o Teatro de Santa Isabel carrega o título de um dos 14 teatros-monumentos do país.
Teatro Apolo
Com construção iniciada em 1839 pela Sociedade Harmônico Theatral, é o mais antigo do Recife. O Teatro Apolo abriu suas portas pela primeira vez em 1842 e chegou a funcionar por 18 anos, mas foi vendido e transformado em um armazém de açúcar, tendo apenas sua fachada preservada. No início da década de 80 começou a ser restaurando, voltando a ser um espaço cênico, mas foi 1996, com a revitalização do Recife Antigo, que o local ganhou status de Cine-Teatro, oferecendo uma programação cultural. Hoje, juntamente com o Teatro Hermilo Borba Filho, instalado no mesmo endereço, representa o Centro de Formação e Pesquisa das Artes Cênicas Apolo-Hermilo, voltado para desenvolver projetos de formação e incentivo às artes cênicas.
Teatro do Parque
O prédio com vitrais coloridos, obedecendo o estilo art-noveau, chama atenção de quem passa pela Rua do Hospício, no bairro da Boa Vista. O Teatro do Parque guarda a história do Recife desde 1915, quando foi inaugurado com a apresentação da Companhia Portuguesa de Operetas e Revistas. Construído pelo comerciante português Bento de Aguiar, que investiu 200 contos de réis, o teatro viveu momentos de luxo quando recebeu companhias famosas como as de Vicente Celestino e Alda Garrido, e as primeiras peças da parceria Samuel Campelo - Valdemar de Oliveira. Na época do cinema mudo, os filmes eram acompanhados por músicos que, depois, fizeram nome, como o maestro e compositor Nelson Ferreira.
Teatro Barreto Júnior
Localizado no bairro do Pina, foi o primeiro teatro da Zona Sul da cidade, que recebeu o
nome do ator José do Rego Barreto Júnior. O espaço é resquício do Cine-Atlântico, que
resistiu às demolições e fechamentos pelos quais passaram muitos cinemas do Recife no início da década de 80. A fachada ainda é mesma de seu estilo original, preservado até 1985, quando foram iniciadas as obras de restauração.
Teatro Guararapes
Considerado um dos espaços de melhor acústica do país, o Teatro Guararapes tem capacidade para 2,4 mil pessoas, com destaque para sua acústica privilegiada. As dimensões do palco chamam atenção: são 1050 m², por isso mesmo é referência para a realização de peças teatrais de grande porte e shows de artistas renomados. Além dos camarins totalmente reformados, o espaço conta com seis cabines de tradução simultânea e de equipamentos para controle do sistema de som e iluminação.
Teatro Valdemar de Oliveira
É por trás da Praça Oswaldo Cruz, no bairro da Boa Vista, centro do Recife, onde está localizado o Teatro Valdemar de Oliveira, que pertence ao Teatro Amadores de Pernambuco. Ainda sob o nome de ′Nosso Teatro`, o espaço foi inaugurado em maio de 1971, pelo teatrólogo Valdemar de Oliveira. Seis anos depois e com a morte de seu idealizador, o teatro receberia o nome que possui hoje. No entanto, em outubro de 1980, um incêndio destruiu as instalações do Valdemar de Oliveira, que só foi reinaugurado 17 anos depois, contando, inclusive, com a presença do ator Paulo Autran, na cerimônia.
Teatro Luiz Mendonça
É o `caçula` entre os teatros municipais do Recife. Instalado no bairro de Boa Viagem, zona sul da cidade, o LUiz Mendonça faz parte do Parque Dona Lindu e obedece a uma série de critérios rígidos estabelecidos pelos técnicos do arquiteto Oscar Niemeyer, responsável pelo projeto do parque. Cores e marcas de tinta, especificações de lâmpadas. Todos os detalhes precisam ser cumpridos à risca para garantir a autenticidade da obra. Tanto zelo não é para menos, o espaço tem um aestrutura inovadora. O palco tem um sistema reversível, que possibilita o funcionamento tanto para a área interna, quanto para a esplanada do parque, em casos de apresentações ao ar livre para um público de mais de duas mil pessoas. O teatro tema ainda capacidade para 587 lugares na plateia, sendo seis poltronas para pessoas com baixa mobilidade e dez reservas para cadeirantes.
Teatro Fernando Santa Cruz
Foi fundado em 1979 e pertence ao Mercado Eufrásio Barbosa, localizado na Praça do Varadouro, em Olinda. O local funciona no prédio de uma antiga fábrica de doces, instalada em 1865.
Teatro da Universidade Federal de Pernambuco
Possui capacidade para 1931 pessoas e é um dos mais requisitados para shows, peças
teatrais e eventos da universidade. Instalado no Centro de Convenções da UFPE, que conta com cinco salas de reuniões e exibições e uma área de 1.215 m².
Teatro Arraial
Inaugurado em agosto de 1997, o Teatro Arraial é uma casa, pequena, porém charmosa, com capacidade para apenas 94 poltronas. A estrutura de porte reduzido também é refletida no palco, que tem 9m de largura e 7m de profundidade. O Teatro Arraial é administrado pela Fundação do Patrimônio Artístico e Histórico de Pernambuco (Fundarpe) e recebe espetáculos esporádicos de teatro e dança, servindo também para exibições cinematográficas.
Teatro Joaquim Cardozo
O nome é uma homenagem ao poeta pernambucano Joaquim Cardozo e possui apenas 50 lugares. Mas nem por isso, deixa de fazer parte da história das artes cênicas pernambucanas. Por ele passaram artistas importantes do teatro recifense como Hermilo Borba Filho e Lúcio Lombardi. No mesmo prédio funciona também o departamento de cultura da UFPE e também chamado de Centro Cultural Benfica.
Teatro Alfredo Oliveira
Com capacidade para 70 pessoas e palco italiano, o Teatro Alfredo de Oliveira foi reinaugurado em 2008 e funciona numa sala anexa ao Teatro Valdemar de Oliveira, no bairro da Boa Vista.
Teatro Marco Camarotti
Pertence ao Sesc Santo Amaro e sedia festivais importantes como o Janeiro de Grandes Espetáculos e o Festival Nacional de Teatro. Foi inaugurado em dezembro de 2009 e é
especializado em teatro para infância e juventude. O teatro – que tem no nome uma alusão ao ator, encenador, escritor e professor pernambucano – possui capacidade para 150 pessoas, e permite quatro configurações de palco. O local abriga ainda o Centro de
Pesquisa em Arte para Infância e Juventude.
Por Elian Balbino
DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR
17/11/2011
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