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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Premiada em Praga, exposição brasileira de cenografia desembarca pela primeira vez em São Paulo, no início de dezembro

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‎'A chegada de Lampiao no inferno' - Cia. PeQuod: Prêmio Memória. Cenógrafo: Carlos Alberto Nunes/ Figurino: Daniele Geammal/ Diretor Artístico: Miguel Vellinho. Foto: Rosane Muniz

Publicado em 5 de dezembro de 2011
'A chegada de Lampiao no inferno' - Cia. PeQuod: Prêmio Memória. Foto: Rosane Muniz
Inédita no Brasil, a exposição “Personagens e Fronteiras: Território Cenográfico Brasileiro” será aberta no dia 13 de dezembro, com entrada franca, na sede da Funarte São Paulo (dia 12 de dezembro, às 19h, haverá a abertura oficial da mostra), pelo presidente da Fundação Nacional de Artes, Antonio Grassi. Elaborada para participar da Mostra de Países e Regiões da 12ª Quadrienal de Praga – Design e Espaço da Performance 2011 (PQ’11), a coletiva de trabalhos de artistas nacionais foi a grande vencedora da Triga de Ouro do maior evento mundial de cenografia.
O prêmio foi concedido por um júri internacional formado por reconhecidos profissionais do teatro contemporâneo, como o teórico em Teatro e Performance Marvin Carlson , a cenógrafa e designer estoniana Monika Pormale, a iluminadora israelense Felice Ross, a diretora do festival de Teatro de Santiago, Carmem Romero e o diretor, dramaturgo, cenógrafo e figurinista da África do Sul, ganhador da Medalha de Ouro na PQ’07 e presidente deste júri, Brett Bailey – para citar alguns. A exibição, realizada em junho deste ano, reuniu mostras de 62 países.
A representação brasileira teve curadoria geral de Antonio Grassi e a autoria do tema da Mostra Nacional é dos cenógrafos Aby Cohen e Ronald Teixeira. Na premiação, recebeu a seguinte avaliação do júri: ‘A exposição brasileira na PQ oferece visões e sentido de diversidade de um espectro cenográfico e os tipos de performances criadas no Brasil. A exposição apresenta com o mesmo peso, arte de rua, intervenções em site specific, performances com engajamento social, teatro de animação e formas convencionais de teatro.’
Para Antonio Grassi, presidente da Funarte e curador geral para o Brasil na Quadrienal, a Triga de Ouro é um reconhecimento internacional ao talento dos profissionais brasileiros na arte cenográfica. “Este prêmio valoriza ainda mais o artista brasileiro, que mostrou sua expertise na área de cenografia em trabalhos nas diversas linguagens artísticas e que concorreram com importantes nomes do teatro mundial.”
Para a curadora adjunta Aby Cohen, “A mostra nacional brasileira já se anunciava como um sucesso de público (na PQ´11). Acredito que a exposição pelo seu conteúdo e forma de apresentação, na qual se equilibravam e dialogavam os trabalhos expostos, arrebatou o público por memórias individuais que os levavam a uma experiência emotiva, mais do que apenas visual ou de conceito.”
Outro prêmio recebido pelo Brasil na 12ª Quadrienal de Praga foi o de Melhor Realização de uma Produção conferido ao trabalho ‘BR-3’, do Teatro da Vertigem, apresentado na Mostra Nacional e estará também na montagem de São Paulo, no espaço expositivo da Funarte.
Composição da mostra
A exposição reúne trabalhos de reconhecidos cenógrafos e figurinistas nacionais expostos em diferentes suportes – instalações, vídeos, croquis, objetos, fotografias. Em um espaço expositivo comum, apresentado como uma grande instalação, interagem as produções artísticas da cenografia teatral, das artes visuais e da cultura popular e revelam o homem brasileiro, segundo a própria curadoria. Estão organizados em quatro blocos (Memória, Lugares, Ação e Transposição) que dialogam entre si:
Memória
• encenação ‘As Centenárias` (Cenografia: Fernando Mello da Costa e Rostand Albuquerque/ Figurino: Samuel Abrantes);
• encenação ‘Memória da Cana’, da Cia Os Fofos Encenam (Cenografia: Marcelo Andrade e Newton Moreno);
• encenação ‘A farsa da boa preguiça’ (Cenografia: Ney Madeira/ Figurino: Rodrigo Cohen);
• encenação ‘A chegada de Lampião no inferno’, da Cia PeQuod Teatro de Animação (Cenógrafo: Carlos Alberto Nunes/ Figurino: Daniele Geammal/ Diretor Artístico: Miguel Vellinho);
• cenário-instalação ‘Sonhos para vestir’ (Cenografia: Analu Prestes);
• solo de dança contemporânea para crianças ‘Fábulas dançadas de Leonardo da Vinci’ (Cenografia: Doris Rollemberg/ Figurino: Mauro Leite);
• foto-pinturas ‘Retratos pintados’ (Artistas anônimos);
• minissérie televisiva ‘Hoje é dia de Maria’ (Cenografia: João Irênio/ Direção de Arte: Lia Renha/ Figurino: Luciana Buarque).
Lugares
• encenação ‘BR-3’ (Diretor Artístico: Antonio Araújo/ Criação Artística: Teatro da Vertigem);
• encenação ‘O santo guerreiro e o herói desajustado’ (Diretores de Arte: Julio Dojcsar, Sato, Silvana Marcondes/ Criação Artística: Cia São Jorge de Variedades);
• encenação ‘Arrufos’ (Diretor de Arte: Renato Bolelli Rebouças/ Criação Artística: Grupo XIX de Teatro);
• encenação ‘O perfeito cozinheiro das almas deste mundo’ (Diretor de Arte e Figurinista: Flávio Graff); a intervenção teatral Projeto Barafonda (Criação Artística: Cia São Jorge de Variedades).
Ação
• encenação ‘Projeto Coleções’ (Artistas plásticos: Guga Ferraz, Marta Jourdan, Pedro Bernardes, Raul Mourão/ Diretora Artística: Valéria Martins – Intrépida Trupe);
• encenação ‘Exercício nº 2 : formas breves ’ (Cenógrafas: Bia Lessa e Camila Toledo);
• encenação ‘Mistério-Bufo’ (Cenografia: Sérgio Marimba);
• performance ‘Vale 1 Real’ (Figurinista: Cris Bierrenbach);
• intervenção urbana ‘Enquadro’ (Criação artística: Coletivo Casadalapa).
Transposição
• duas obras da série de portas pintadas pelos grafiteiros OSGEMEOS, utilizadas como cenografia (Artistas plásticos: OSGEMEOS);
• encenação em miniatura ‘Romeu e Julieta’ (Artista plástico e performer: Hélio Leite);
• cenografia do grupo ‘Clowns de Shakespeare’ (Criação Artística: Clowns de Shakespeare/ Figurino e direção: Gabriel Villela);
• intervenção teatral do grupo de performance ‘Caixa de Imagens’;
• videoarte e projeção ‘Coletivo Laborg’, a obra ‘Lux’ (Artista plástico: Jorge Fonseca).
Figurinos Radicais
Em paralelo à ‘Personagens e Fronteiras: Território Cenográfico Brasileiro’ serão exibidos os figurinos brasileiros escolhidos pela curadoria internacional para a exposição ‘Figurinos Radicais’. A mostra traz uma reflexão sobre modos não convencionais de trabalhar o figurino em cena, com experimentações de materiais. A curadora adjunta Rosane Muniz, salienta que “muitas vezes restringido por fronteiras de tempo e/ou recursos, o figurinista brasileiro se reinventa constantemente. Experiências com materiais inusitados já são feitas por aqui há muitos anos e nossa produção recebeu destaque na PQ’11, sendo o país com o maior número de trajes selecionados”.
Para compor ‘Figurinos Radicais’, trajes criados para as seguintes obras:
• espetáculo de dança ‘PFDSRFI’ (Figurino: Karin Serafin e Hedra Rockenbach);
• pesquisa cênica ‘A menina e o outono’ (Direção, cenografia e figurino: Leo Fressato);
• pesquisa cênica ‘Cena para um figurino I’ (Figurino e criação artística: Desirée Bastos);
• performance ‘Mulher e homem refluxo’ (Figurino: Marina Reis).
A realização das exposições ‘Personagens e Fronteiras: Território Cenográfico Brasileiro’ e ‘Figurinos Radicais’ é da Funarte.
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Exposições “Personagens e Fronteiras: Território Cenográfico Brasileiro” e “Figurinos Radicais”
Visitação do público: 13 de dezembro de 2011 a 4 de março de 2012

Abertura oficial: 12 de dezembro, às 19h

Horário de funcionamento: de segunda a segunda, das 14hs às 22hs

Local: Funarte São Paulo (Rua Alameda Nothmann, 1058, bairro Santa Cecília)
Entrada franca
Mais informações: (11) 3662-5177 (Funarte São Paulo)

Site oficial das exposições: www.pq11.com.br


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